segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Rede social de adúlteros é invadida e agora os traidores experimentam seu próprio veneno

Ashley Madison


O site canadense Ashley Madison era uma espécie de “rede social de adúlteros”: homens e mulheres casados de todo o mundo se cadastravam para encontrar outras pessoas casadas e interessadas em viver “aventuras extraconjugais”. O slogan do site era “A vida é curta: curta um caso”.

Mas como as pernas da mentira são ainda mais curtas do que a vida, os mentirosos cadastrados tropeçaram nos nós da própria rede: a mentira e a traição. Os 30,3 milhões de adúlteros registrados foram “traídos” pelo site, que mentia sobre as suas medidas de segurança. Na semana passada, a rede foi invadida por um grupo de piratas da internet chamado “Impact Team”, que roubou os dados dos adúlteros, incluindo nomes completos, endereços, fotos e, possivelmente, números de cartões de crédito, embora a empresa negue o roubo desta última informação.

Os hackers, que vinham coletando os dados da Ashley Madison “há muito tempo” e que roubaram cerca de 300GB de informações da empresa, deram uma entrevista por email ao site norte-americanoMotherboard, na qual afirmam:


“Eles [o site Ashley Madison] ganham 100 milhões de dólares por ano em fraudes. Eles parecem políticos: não param de mentir”.


Por exemplo, o site vendia aos seus usuários um serviço chamado “plena exclusão de cadastro”, que custava 20 dólares e, supostamente, eliminaria todos os dados pessoais do adúltero quando ele se descadastrasse. Só este serviço rendeu 1,7 milhão de dólares para o site em 2014, segundo os hackers. Mas o serviço era outra mentira: os dados não eram completamente excluídos. Os piratas foram enfáticos ao afirmar que a segurança no Ashley Madison era muito frágil:
 

“Não havia ninguém monitorando. Não havia segurança”.


Acusado de usar os dados roubados para fazer chantagem e extorsão, o grupo de piratas responde:


“Não chantageamos os usuários. Quem chantageava era a Avid Life Media [a empresa dona do site Ashley Madison]. Mas qualquer grupo de piratas poderia ter chantageado. Nós fizemos isso para impedir os próximos 60 milhões. A Avid Life Media é como um traficante de drogas que abusa dos viciados”.

Quanto aos usuários que foram desmascarados, os escândalos continuam pululando – e devem piorar, porque até agora só foram divulgados cerca de 30GB dos dados roubados, apenas a ponta do iceberg. 

Dos mais de 30 milhões de adúlteros expostos ao mundo, a maioria era dos Estados Unidos (1,4 milhão). O segundo país em usuários era o Brasil, com 918 mil. No entanto, o Brasil assume o primeiro lugar no ranking quando se segmentam os usuários por cidade: de todo o mundo, São Paulo é a cidade com o maior número de contas no site de traição. Seus 375 mil adúlteros superam em mais de 100 mil a segunda colocada, Nova Iorque, que tem 268 mil usuários cadastrados. Seguem-se Sydney (Austrália), Toronto (Canadá) e Santiago (Chile). O Rio de Janeiro é a 11ª colocada e Brasília a 20ª.
 

A Avid Life Media se manifestou com indignação diante do vazamento de cadastros de seus usuários:

"Isto não é um ato de ativismo hacker, mas sim um ato de criminalidade. É uma ação ilegal contra os membros individuais do AshleyMadison.com e contra qualquer livre pensador que decide se envolver com atividades online completamente lícitas. Os criminosos envolvidos neste ato se nomearam juízes, jurados e executores da moral, achando adequado impor uma noção pessoal de virtude a toda a sociedade. Não ficaremos sentados permitindo que esses ladrões imponham a sua ideologia pessoal aos cidadãos de todo o mundo".

No caso, a tal “ideologia pessoal dos ladrões” seria a fidelidade. A infidelidade, por sua vez, é para a Avid Life Media uma “atividade completamente lícita”, realizada por “livres pensadores”.

http://www.aleteia.org/pt/sociedade/artigo/rede-social-de-adulteros-e-invadida-e-agora-os-traidores-experimentam-seu-proprio-veneno-5890731042406400

Canadá investiga supostos suicídios de dois usuários do Ashley Madison


Site oferece garantia de sigilo para quem deseja 'pular a cerca' do casamento (Foto: AshleyMadison.com/Divulgação)

A polícia da cidade de Toronto, no Canadá, informou nesta segunda-feira (24) ter iniciado uma investigação massiva sobre o vazamento de dados de clientes do site de traição canadense Ashley Madison. Entre as consequências da exposição, como extorsões de usuários e até a disseminação de vírus de computador, a polícia listou ainda as mortes de duas pessoas que teriam se suicidado após terem suas informações no Ashley Madison serem expostas na internet por um grupo de hackers.

O Ashley Madison é um serviço online pago que conecta indivíduos casados ou em relacionamentos sérios que queiram cometer infidelidades. Uma das características essenciais do site era o cadastro que permitia as interações de forma anônima.
Para o superintendente Bryce Evans, a Avid Life Media, dona do Ashley Madison, tem colaborado para solucionar o crime. Tanto é que Bryce Evans, superintendente da polícia de Toronto, afirmou que a empresa anunciou o pagamento equivalente a US$ 380 mil a quem oferecer informações. "Hoje, eu posso confirmar que a Avid Life Media está oferecendo uma recompensa de 500 mil dólares canadenses a qualquer um que forneça informações que levem à identificação, prisão ou acusação da pessoa ou das pessoas responsáveis pela vazamento do banco de dados do Ashley Madison."
Suicídios
Na semana passada, um grupo de hackers chamado Impact Team publicou um pacote de dados com 9,7 GB com informações pessoais, como endereço de e-mail, nome e número do cartão de crédito.

Os suicídios ainda não foram confirmados, mas essa é a hipótese trabalhada pela polícia, afirmou Bryce Evans. Ele citou golpes online que já têm como base as informações vazadas.
Malware
“Criminosos já começaram a colocar em ação esquemas online para prover informações desse banco de dados. E, ao clicar nesses links, você expõe seu computador a malwares, spywares, adwares e vírus”, afirmou. Outros sites oferecem ainda serviços de busca para localizar pessoas dentro do banco de dados do Ashley Madison.

Bryce Evans, superintendente da política de Toronto, que investiga o vazamento de dados de clientes do site de traição Ashley Madison. (Foto: Reprodução/YouTube)Bryce Evans, superintendente da política de
Toronto, que investiga o vazamento de dados de
clientes do  site de traição Ashley Madison. (Foto:
Reprodução/YouTube)
Extorsão
A polícia identificou também tentativas de extorsão de clientes do site. De acordo com e-mail exibido pelo superintendente, as vítimas desse golpe deveriam transferir uma quantia em bitcoins caso não quisessem que amigos e familiares fossem informados que possuíam contas no Ashley Madisson. Na mensagem deste domingo (23), os criminosos afirmaram ter usado os dados do site para acessar à conta do Facebook deles.

“Seus dados foram vazados quando o Ashley Madison foi hackeado recentemente, e eu tenho todas as suas informações. Eu também usei o seu perfil para encontrar sua conta no Facebook, e usando isso eu tenho agora uma linha direta para entrar em contato com todos os seus amigos e familiares. Se você quiser evitar que eu compartilhe essa sujeira com todos os seus amigos e familiares (e talvez até com empregadores?), você precisa enviar exatamente 1.05 bitcoin para o seguinte endereço”, diz o texto.
Acusações
Os crimes dos envolvidos nesse esquema são o de extorsão, obtenção fraudulenta de serviço de computador, interceptação fraudulenta de um sistema de computador, uso fraudulento de um sistema de computador, interferência na utilização legítima de dados de computador, posse ilícita de dados de cartão de crédito e distribuição ilícita de imagens íntimas.

A polícia de Toronto trabalha com a Polícia de Ontário e com o Departamento de Segurança Doméstica dos Estados Unidos. Para colher informações sobre o caso, a corporação lançou uma campanha no Twitter e abriu uma linha telefônica.
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2015/08/canada-investiga-supostos-suicidios-de-dois-usuarios-do-ashley-madison.html
Nota do Moderador desse blog, sobre a materia em exposição




Julio Cesar disse:

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