Um grupo de muçulmanos que viajava em
um ônibus atacado por jihadistas do grupo islâmico extremista Al Shabab no
nordeste do Quênia nesta segunda-feira salvou os passageiros cristãos ao se
recusar a identificá-los para os terroristas, dispostos a matar os não
muçulmanos. As muçulmanas, maioria entre os passageiros, emprestaram véus
islâmicos às outras mulheres quando o veículo foi parado e os homens foram
escondidos sob as bagagens.
O ônibus levava mais de 60 passageiros
da capital queniana, Nairóbi, à cidade de Mandera quando jihadistas atiraram
contra o veículo próximo à fronteira com a Somália. Homens armados ordenaram
que todos os passageiros deixassem o ônibus e se separassem em dois grupos:
muçulmanos e não muçulmanos. De acordo com testemunhas, os muçulmanos se
recusaram e disseram aos terroristas que estavam dispostos a morrer. "Eles
disseram 'se vocês quiserem, podem nos matar. Não há cristãos aqui'",
contou um dos passageiros do ônibus.
Um passageiro não muçulmano
se desesperou com a situação e tentou fugir, mas foi morto a tiros pelos
terroristas, de acordo com o chefe do governo local, Mohamud Saleh. Diante da
atitude dos muçulmanos, os jihadistas foram embora.
Na região onde ocorreu o ataque, a
polícia oferece escolta aos ônibus de viagem. No entanto, o veículo policial
que acompanhava os passageiros nesta segunda-feira quebrou e o ônibus seguiu
sozinho, informou a rede CNN.
O Quênia sofre ataques do grupo
extremista somali Al Shabab (A Juventude, em árabe) desde outubro de 2011,
quando o país passou a enviar tropas para combater os insurgentes. Em abril, o
grupo, ligado à rede Al Qaeda, matou 148 pessoas, em sua maioria estudantes, em
um ataque contra a Universidade de Garissa. Em 2013, os terroristas mataram 67
pessoas em um ataque contra o shopping Westgate na capital queniana.
(Da redação)
http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/muculmanos-salvam-cristaos-durante-ataque-de-terroristas-a-onibus-no-quenia
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