RIO— O casamento continua
tendo ampla adesão entre os brasileiros. Em relação ao ano passado, houve um
aumento de 5,1% no número de registros de matrimônio. No total, foram 1,1
milhão de casamentos realizados em todo território nacional em 2014. Mas se no passado
as famílias eram formadas cedo, agora a tendência é que o casamento e o
nascimento dos filhos fique para depois.
Segundo as Estatísticas do
Registro Civil 2014, divulgadas nesta segunda-feira pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), a média de idade com que os homens se casam
se manteve na casa dos 30 anos, e, no caso das mulheres, 27 anos— um aumento de
três anos no grupo dos homens em relação à 1974 quando a série começou, e de
quatro anos no grupo das mulheres. A pesquisa apontou ainda um envelhecimento
no perfil de fecundidade das mulheres de 2004 para 2014. O quadro é evidenciado
pelo aumento no percentual de filhos recém-nascidos de mães entre 30 a 34 anos
e entre 35 e 39 anos.
De acordo com o relatório,
enquanto o índice de crianças nascidas de mães de 15 a 19 anos ficou estático
em relação a 2013, com 17,7% do total, houve um ligeiro aumento no percentual
do grupo de 30 a 34 anos, que passou de 19,4% para 20%, e no grupo de 35 a 39
que saiu de 9,3% para 10%. A elevação na idade média dos casamentos e da
fecundidade ao longo dos anos, segundo o IBGE, tem relação com preocupação com
a vida profissional.
— Tanto os homens quanto as
mulheres estão postergando a idade com que se casam porque estão se motivando
para adquirir mais anos de estudo e melhores postos de trabalho, e, para isso,
precisam abdicar de outras coisas como o casamento— explicou o pesquisador do
IBGE Ennio Mello.
Na casa da família
Willmersdorf a mudança no perfil das mulheres de uma geração para a outra fica
evidente. Enquanto Leonor se casou aos 20 e aos 25 já estava grávida, sua filha
Fabricia casou-se pela primeira vez aos 30, e se tornou mãe de Maria Clara,
fruto do segundo casamento, há cerca de 40 dias aos 39 anos.
— Sempre foquei muito no
trabalho, sempre tive uma vida profissional muito agitada e muito incerta.
Assumi cargos de liderança muito cedo e por isso fui adiando a questão de
casamento e da maternidade. Sempre me preocupei em ser independente, não
precisar do marido para nada. Depois resolvi abrir uma empresa e dedicar os
primeiros anos a ela sem ter o compromisso da maternidade. Optei por primeiro
ter uma estabilidade profissional, para depois poder ter o filho— conta a
empresária.
Fabricia afirma ainda que a
evolução da medicina também foi um ponto importante no que diz respeito à
maternidade tardia:
— Havia um medo. A pessoa
com 35 anos era considerada velha. Hoje em dia, a medicina também contribuiu bastante,
temos o filho com menos preocupação. Minha avó com 40 anos era uma senhora,
hoje com essa idade uma pessoa está no auge da vida. Engravidei aos 39 porque
os médicos diziam que eu poderia dar à luz tranquiliamente.
CAI MORTALIDADE INFANTIL
As Estatísticas Estatísticas
do Registro Civil 2014 também avaliaram a mortalidade de crianças. Os dados
mostraram que os óbitos de crianças menores de 5 anos caíram de 5% do total de
mortes do Brasil, em 2004, para 3,1% em 2014. No caso das mortes de menores de
1 ano de idade, o índice passou de 4,2% para 2,7% no mesmo período.
No caso das crianças menores
de um ano, o IBGE faz uma divisão de crianças até 28 dias, que têm a
mortalidade normalmente associadas a causas como fatores biológicos, e crianças
de 28 dias até um ano, quando a mortalidade é geralmente ocasionada por fatores
socioeconômicos. Desde 1994, o Brasil vem apresentando queda no índice de
mortalidade associada a fatores socioeconômicos, o que indica o avanço do país
no que diz respeito a serviços básicos como acesso à saúde, saneamento básico,
entre outros. Em 2004, esses fatores exógenos eram 34,6% das causas de morte de
crianças até um ano, em 2014, o índice caiu para 31,7%.
http://oglobo.globo.com/sociedade/brasileiros-estao-estabelecendo-familias-mais-tarde-18183088?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo
Nota do moderador desse blog sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:
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