Um evento previsto para acontecer na Universidade Federal do Amapá (Unifap) gerou polêmica. A repercussão foi ocasionada pela inserção de uma "oficina de siririca e chuca", palavras que fazem referência a masturbação feminina e lavagem anal, respectivamente. A oficina, que segundo nota do evento, é "de fato uma roda de conversa", está programada para quinta-feira (26) como pré-evento do III Simpósio Sobre Gênero e Diversidade.
Em nota na página oficial do evento no Facebook, a organização disse que a programação compartilhada "não abarca a totalidade" do simpósio e argumentou ainda que "o evento que vem sendo citado como um afronte ao ambiente acadêmico não é de fato uma oficina, pois não acreditamos que expor a sexualidade das pessoas seja o caminho para desconstruir a opressão sobre os corpos femininos e homossexuais."
O posicionamento ganhou apoio de demais internautas, que por outro lado, criticaram as interpretações feitas em relação ao evento. Nas redes sociais, internautas criticaram a roda de conversa. "Olha para onde vai o seu dinheiro dos impostos ai, que você tanto trabalhou para ter", disse um perfil. A publicação teve 212 compartilhamentos até esta segunda-feira (23).
"Galera, isso é sério? Porque se for, tem algo errado acontecendo nessa universidade", questionou um outro internauta.
"É impressionante como existem pessoas que fazem questão de serem tão ignorantes, sinceramente não pensei que o título da oficina seria interpretado de uma maneira errônea, mas infelizmente muitos questionam o que desconhecem.", disse uma internauta na página do simpósio.
A nota também argumentou que a "universidade é um espaço que deve ser ocupado pelos debates que não podem circular livremente pelos espaços públicos".
"O pré-evento está agora intitulado por 'roda de conversa chuca e siririca: um diálogo sobre o corpo, interdições e descobertas'. E o mudamos para evitar a má interpretação que vem ocorrendo. A roda de conversa é sobre nosso corpo, nossos sentidos, nossa cultura, nossos desejos, nossos controles, nossos desvios, nossas repulsas, nossos medos, nossas vigilâncias. Compreendemos que a universidade é um espaço que deve ser ocupado pelos debates que não podem circular livremente pelos espaços públicos, nem nos privados", explicou a nota.
Veja na íntegra a nota da organização do III Simpósio Sobre Gênero e Diversidade
Diante da repercussão a Comissão Organizadora do III Simpósio Sobre Gênero e Diversidade, vem esclarecer que o Print de nossa programação, que está sendo constantemente replicado nas redes não abarca a totalidade de nosso evento que ocorrerá em três dias recebendo 14 palestrantes de nossa universidade e convidadxs, que dedicam suas vidas acadêmicas e militância para discussões sobre direitos humanos, gênero, sexualidade, raça/etnia, violência, religião e educação (saiba mais no link: http://www2.unifap.br/generodive…/convidados-e-palestrantes/ ).
O evento que vem sendo citado como um afronte ao ambiente acadêmico não é de fato uma oficina, pois não acreditamos que expor a sexualidade das pessoas seja o caminho para desconstruir a opressão sobre os corpos femininos e homossexuais.
Esclarecemos que, de fato o pré-evento se trata de uma roda de conversa, onde nenhum recurso será empregando, já que, os mediadores, Professor Antonio Carlos (Medicina UNIFAP) e Lylian Rodrigues (Jornalismo UNIFAP) não receberão diárias pela sua participação no pré-evento, nem será cobrado inscrição e não será entregue certificado a quem participar, pois trata-se de um evento informal, os pré-eventos ocorrem desde a segunda edição do Simpósio Sobre Gênero e Diversidade, no intuito de fomentar debates.
O pré-evento está agora intitulado por RODA DE CONVERSA CHUCA E SIRIRICA: UM DIÁLOGO SOBRE O CORPO, INTERDIÇÕES E DESCOBERTAS. E o mudamos para evitar a má interpretação que vem ocorrendo. A roda de conversa é sobre nosso corpo, nossos sentidos, nossa cultura, nossos desejos, nossos controles, nossos desvios, nossas repulsas, nossos medos, nossas vigilâncias.
Compreendemos que a universidade é um espaço que deve ser ocupado pelos debates que não podem circular livremente pelos espaços públicos, nem nos privados. Reiteramos que falar sobre nossos corpos e os tabus sobre eles e nossa sexualidade é um investimento social e cientifico comprometido. E resgatamos o histórico dos eventos anteriores destacando que o primeiro Simpósio Sobre Gênero e Diversidade teve mais de 400 inscrições e lotou o anfiteatro no meio de uma greve.
O segundo não foi diferente e levamos o prêmio de melhor projeto de extensão do departamento de Filosofia e Ciências Humanas. Na nossa terceira edição Junto com o Colóquio Políticas do Corpo formamos uma dupla de eventos que são eventos importantes no contexto científico, político e cultural.
A junção das duas edições em 2015, alcançou 200 inscrições em dois dias de inscrições abertas. Trazemos as discussões sobre gênero, sexualidade, corpo, raça/etnia, diversidade sexual e religiosa com seriedade e temos vários movimentos sociais, políticos, artísticos e acadêmicos que compartilham nossas investigações e provocações.
Convidamos todos a participarem de nosso evento e nossos Pré-Eventos para que possamos esclarecer maiores duvidas e desconstruir os tabus, preconceitos e opressões. Acompanhe nossa programação completa: http://www2.unifap.br/generodiversidade/programacao-2/
Respeito, Sororidade e Luz
Comissão Organizadora do Simpósio Sobre Gênero e Diversidade.
http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2015/11/no-amapa-oficina-de-siririca-e-chuca-em-universidade-gera-polemica.html
No Amapá, dinheiro público financia “oficina de siririca e chuca”
Os sintomas de deterioração das instituições, nesses dias de
derrocada do petismo, estão em toda parte. Custei a acreditar no que lia em reportagem do G1,
mas é tudo verdade. A Universidade Federal do Amapá — e isso quer dizer que
muita criança fica barriguda, com verminose, para que os valentes estudem de
graça, com o nosso dinheiro, com o dinheiro dos barrigudinhos — realiza em tal
III Simpósio Sobre Gênero e Diversidade.
Só se pensa
nisso hoje em dia. Ou melhor: existe a tríade sagrada no neoquerdismo, que
poderia ser traduzida pela sigla CAD: ânus, aborto e droga… É preciso ser um
militante das três causas para ser um “progressista”. É claro que o povo não
está nem aí para isso. É coisa dos donos das causas, dos militantes
profissionais, dos superintendentes da opinião alheia.
Muito bem! A
Unifap quer fazer o tal simpósio? Vá lá. O que surpreendeu um pouco foi a
programação do dia 26, às 17h30: haverá uma, atenção!!!, “oficina de siririca e
chuca”. Siririca, se não sabem, é a gíria para masturbação feminiana. E “chuca”
é a lavagem anal que antecede, para quem a faz, a relação sexual.
“Oficinas”,
como é sabido, costumam ser encontros em que as pessoas praticam determinados procedimentos,
não é? Não se trata de uma abordagem apenas teórica.
Tão logo a
coisa começou a gerar reações espantadas, os organizadores se apressaram em
dizer que a informação que circulava não traduzia todo o evento (ainda bem,
né?) e que a “oficina” será uma roda de conversa…
Ah, entendi.
Uma roda de conversa para troca de experiências? Haverá o momento confessional
na linha “minha primeira siririca?” No caso da “chuca”, haverá expositores
exibindo os últimos lançamentos para a execução eficiente do procedimento?
Ainda que seja só uma conversa, pergunta-se: por que o Estado tem de arcar com
isso?
Notem: eu
até poderia fazer aqui algumas digressões sobre o estado emocional miserável em
que se encontram pessoas que aceitam esse tipo de exposição da intimidade. Não!
Não falo de repressão: falo do contrário. Trato da liberdade. Falo do “habeas
corpus”. Alguém que condescende com essa exposição exibicionista do corpo,
ainda que falando apenas “em tese”, precisa urgentemente de ajuda. Tenho mais
pena do que repulsa.
Atenção! Não
há nada de restrição moralista, como poderiam supor alguns, na minha crítica.
Uma “oficina” para abordar, sei lá, o sexo oral heterossexual seria igualmente
estupefaciente. Não se trata de não reconhecer a diversidade, mas de chamar
atenção para o fato de que a diversidade não constitui, por si, uma moralidade,
uma ética, uma qualidade, um valor.
Indago: um
seminário com essas características está querendo investir na tolerância ou no
espírito de gueto; na diversidade ou na particularidade; na convivência com os
diferentes ou na afirmação de uma identidade que só pode ser exercida entre
iguais e que, por óbvio, só tolera esses iguais?
Uma nota da
organização tenta se explicar, afirmando, de maneira cretina, que a
“universidade é um espaço que deve ser ocupado pelos debates que não podem
circular livremente pelos espaços públicos”.
Trata-se de
uma visão autoritária, aparelhista, antidemocrática e fascistoide de
universidade. Numa democracia, o espaço público é justamente aquele que
congrega as diferenças. Essa concepção de universidade é segregacionista. A
propósito: a defesa da pedofilia não “pode circular” livremente no Brasil.
Deveria ser permitida na universidade?
Prossegue a
nota:
“O pré-evento está agora intitulado por ‘roda de conversa chuca e siririca: um diálogo sobre o corpo, interdições e descobertas’. E o mudamos para evitar a má interpretação que vem ocorrendo. A roda de conversa é sobre nosso corpo, nossos sentidos, nossa cultura, nossos desejos, nossos controles, nossos desvios, nossas repulsas, nossos medos, nossas vigilâncias.”
Então que se
vá para o divã no analista. Sem contar, não é?, que juntar “siririca” com
“chuca” no mesmo seminário corre o risco de só atrair os organizadores: afinal,
quem quer debater siririca, suponho, não tem muita afinidade com a turma da
“chuca”, e a turma da “chuca” não deve estar muito interessada na metafísica da
siririca.
Os bárbaros
chegaram há 13 anos ao topo. Agora estamos sendo apresentados à sua obra.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/no-amapa-dinheiro-publico-financia-oficina-de-siririca-e-chuca/
Nota do moderador desse blog sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:
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