segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Cunha promete barrar projetos sobre legalização do aborto e regulação da mídia

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Eleito presidente da Câmara em primeiro turno, depois de uma tensa disputa com o petista Arlindo Chinaglia (PT-SP), o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve uma reunião com a presidente Dilma Rousseff na tarde da última quinta-feira, 5, para "quebrar o gelo", segundo definiu a correligionários. Considerado um parlamentar incômodo e pouco confiável, por causa dos episódios em que liderou rebeliões na base aliada, Cunha diz que não tem problemas no trato com Dilma, mas não alivia o PT e os ministros responsáveis pela articulação política, em especial Pepe Vargas, da Secretaria de Relações Institucionais. "Ele é inábil no trato, errado na forma e no conteúdo", critica. Também reclama do presidente do PT, Rui Falcão: "Só o atendo quando ele me pedir desculpas por ter dito que faço chantagem".
O deputado chegou ao Rio na noite de quinta-feira e foi homenageado em um jantar na casa do prefeito Eduardo Paes, com a presença dos principais líderes do PMDB fluminense, como o governador Luiz Fernando Pezão, o ex-governador Sérgio Cabral e o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani. No início da tarde de sexta, 6, recebeu o blog Estadão Rio em seu escritório, no centro. Passou o fim de semana com a família, na Barra da Tijuca (zona oeste), onde mora.
Na primeira semana como presidente, Cunha avançou na discussão de uma proposta de reforma política que garante o financiamento de campanhas por empresas privadas, condenado pela maioria dos petistas. Também instalou a CPI da Petrobrás, que voltará a investigar o esquema de corrupção na estatal.
O deputado está decidido sobre o que quer votar e também sobre os temas que não aceita levar ao plenário, como a legalização do aborto, a união civil de pessoas do mesmo sexo e a regulação da mídia. "Aborto e regulação da mídia só serão votados passando por cima do meu cadáver", disse, irredutível, o deputado evangélico de 56 anos, fiel da Igreja Sara Nossa Terra. Diante da reação negativa de militantes de movimentos em defesa dos direitos dos homossexuais à sua eleição, Cunha não faz concessões. "Não tenho que ser bonzinho. Eles querem que esta seja a agenda do País, mas não é".
No fim do ano passado, o deputado teve o nome citado pelo doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, que investiga o esquema de pagamento de propina e desvio de dinheiro na Petrobrás. Youssef depois enviou esclarecimento à Justiça dizendo não ter relação com Cunha. O presidente da Câmara reitera não ter ligação com a rede de corrupção da estatal e diz estar tranquilo para qualquer investigação.

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09/02/2015
 às 15:22

Eduardo Cunha: “Aborto e regulação da mídia, só por cima do meu cadáver”; “modelo de partilha no petróleo tem de acabar”; “o PT quis esfacelar o PMDB”

Como? Você não gosta de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara? É um direito seu. Acha que ele recorre a esse ou àquele métodos que não são muito bacanas? Que sejam expostos, então. Agora, rejeitá-lo porque ele sabe fazer política, aí não dá! Há muito eu não via alguém no seu posto falar com tanta clareza e demonstrar altivez. Se for tudo firula e se isso ficar claro, a gente aponta. Eu, por exemplo, nunca pensei num presidente da Câmara para ser meu amigo pessoal, meu genro, meu confidente, meu “companheiro”… No cargo, é preciso ter alguém que se ocupe de questões institucionais, fale com clareza e mantenha a independência do Legislativo, que não pode ser nem doado nem vendido ao Executivo.
Cunha concedeu duas excelentes entrevistas neste fim de semana. Uma às “Páginas Amarelas”, da VEJA, e outra ao Estadão. Daquelas de deixar jornalistas “progressistas”, que já perderam o costume de viver numa sociedade democrática, arrepiadinhos. Daquelas de indignar os barbudinhos suados que querem “controlar a mídia”. Daquelas de deixar com ódio os vagabundos que hoje são alimentados por estatais para pregar a censura à imprensa.
Cunha dá uma resposta menos assertiva quando lhe perguntam se a Operação Lava Jato vai ou não atingi-lo. Indagado se pode ser processado pelo STF, responde: “Não sei. Está tudo esclarecido, estou tranquilo em relação a isso”.
Leiam a sua opinião sobre alguns temas, expressos nas duas entrevistas.
Regulação da mídia
Na VEJA: “Sou absolutamente contrário à regulação da mídia, seja de conteúdo, seja de natureza econômica. O PMDB se originou de uma frente para combater a ditadura. A liberdade de expressão e a democracia são princípios fundamentais para o partido. Você pode me xingar e me atacar à vontade. Se eu me sinto ofendido, tenho o direito de recorrer à Justiça. Como diz aquele velho ditado: para má imprensa, mais imprensa.” E no Estadão: “Regulação econômica de mídia já existe. Você não pode ter mais de cinco geradoras de televisão”.
Ainda aborto e casamento gay
NO ESTADÃO: “Quem está pedindo para ser discutido? Qual é a parte do Congresso que está pedindo? Isso é uma minoria”. Na VEJA: “Não vejo na Casa uma maioria para aprovar uma eventual proposta que autorize a união civil de pessoas do mesmo sexo”.
Reforma política
NO ESTADÃO: “Eu quis mostrar que eles [os petistas] são o empecilho para a reforma política. Eles ficaram uma arara”.
O PMDB e o governo
Na VEJA: “O PMDB identificou claramente as digitais do governo numa tentativa de desestabilizar o partido. O governo patrocina a criação de outros partidos, e já há uma tentativa de cooptação de parlamentares peemedebistas. O PT decidiu trabalhar deliberadamente pelo esfacelamento do PMDB”.
O PMDB e a candidatura própria
NA VEJA: “Time que não joga não tem torcida, e o PMDB está há muito tempo sem jogar. Prevejo mais dificuldades [com o PT] nas eleições municipais. Nesse momento, a prioridade do PMDB é reagir à tentativa do PT de enfraquecer e reduzir o poder do partido”.
Modelo de partilha do petróleo
NO ESTADÃO: “O modelo [de partilha] não funciona. (…) Não é questão de comprar briga, mas de discutir o assunto. A obrigação de a Petrobrás participar de todos os investimentos não é boa. A Petrobrás não tem condição financeira de dar conta dos investimentos que começou a fazer, que dirá de investimentos futuros. Vai atrasar o País”.
Sobre Pepe Vargas, ministro das Relações Institucionais
NO ESTADÃO: “O Pepe, além de tudo, é inábil no trato. É errado na forma e no conteúdo. O quanto eu puder evitar, eu evito. Mas vamos ver, algum interlocutor com o governo haverá”.
Governo atrapalhado
NO ESTADÃO: “Se, em vez de [os governistas] ficarem correndo atrás de pressionar gente para votar no Chinaglia, tivessem colhido assinaturas, poderiam instalar outras CPIs antes da CPI da Petrobrás. Se tivessem o mínimo de articulação política, tinham feito isso. O governo está perdido politicamente. Se eles não mudarem a articulação, vão ter que mudar o método. Precisa rearranjar essa situação”.
Rui Falcão
NO ESTADÃO:  “O Rui Falcão me ligou umas dez vezes esta semana e eu não atendi. Só atendo depois que ele me pedir desculpas pela grosseria que me fez há um ano, disse que eu fazia chantagem”.
Pode ser processado pelo STF?
NO ESTADÃO: “Não sei. Está tudo esclarecido, estou tranquilo em relação a isso”.
Por Reinaldo Azevedo
Nota do Moderador desse blog, sobre a materia em exposição

Julio Cesar disse:


Particularmente, gostei muito, mais muito mesmo, da posição do Presidente da Câmara. E desde já, vou rezar para que isso seja mantido. Não será fácil, diante de pressões do governo, que deseja o ASSASSINATO de crianças no ventre de suas mães, bem como a destruição da família. O tempo da luta chegou. Nós temos que ajudar o Presidente, a se manter firme em sua luta, em defesa da vida, da familia e da moralidade institucional publica desse país, que parece mais a casa da mãe-joana

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