Síntese da Bula de convocação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia
Vaticano, 11 de abril de 2015
Boletim da Santa Sé
Tradução: André Cunha
Tradução: André Cunha
A Bula de convocação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia intitulada “vultus Misericordiae” se compõe de 25 números. O Papa Francisco descreve as principais características da misericórdia, definindo o tema, antes de tudo, à luz do rosto de Cristo. A misericórdia não é uma palavra abstrata, mas um rosto para reconhecer, contemplar e servir. A Bula se desenvolve em chave trinitária (número 6-9) e se estende na descrição da Igreja como um sinal visível da misericórdia: “A misericórdia é a viga mestra que sustenta a vida da Igreja” (n . 10).
Francisco indica as etapas principais do Jubileu. A abertura coincide com os 50 anos da conclusão do Concílio Vaticano II: “A Igreja sente a necessidade de manter vivo este evento. Para ela, iniciava um novo período de sua história. Os padres reunidos em Concílio haviam percebido intensamente, como um verdadeiro sobro do Espírito, a exigência de falar de Deus aos homens de seu tempo de um modo mais compreensível. Derrubadas as muralhas que por muito tempo haviam isolado a Igreja em uma cidadela privilegiada, havia chegado o tempo de anunciar o Evangelho de um modo novo” (n. 4). A conclusão terá lugar na Solenidade litúrgica de Jesus Cristo Rei do Universo, em 20 de novembro de 2016. Neste dia, fechando a Porta Santa, teremos antes de tudo, sentimentos de gratidão e apreço à Santíssima Trindade por haver-nos concedido um tempo extraordinário de graça. Encomendaremos a vida da Igreja, da humanidade inteira e o imenso cosmos ao Senhorio de Cristo, esperando que difunda sua misericórdia como o orvalho da manhã para uma história fecunda, que ainda será construída com o compromisso de todos num futuro próximo.
Uma particularidade deste Ano Santo é que não será celebrado só em Roma, mas em todas as dioceses do mundo. A Porta Santa será aberta pelo Papa na Basílica de São Pedro em 8 de dezembro e no domingo seguinte em todas as Igrejas do mundo. Outra novidade é que o Papa dará a oportunidade de abrir a Porta Santa também em todos os Santuários, destino de muitos peregrinos.
O Papa Francisco recorda o ensinamento de São João XXIII que fala da “medicina da Misericórdia” e Paulo VI que identificou a espiritualidade do Vaticano II como a do Bom Samaritano. A Bula também explica alguns aspectos importantes do Jubileu: o primeiro é o lema “Misericordiosos como o Pai”, a continuação do sentido da peregrinação e sobretudo a necessidade do perdão. O tema particular que interessa ao Papa se encontra no número 15: as obras de misericórdia espirituais e corporais devem redescobrir-se “para despertar nossa consciência, muitas vezes adormecida frente ao drama da pobreza, e para entrar ainda mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina”. Outra indicação faz relação com a Quaresma com o envio dos “Missionários da Misericórdia” (n. 18). Nova e original iniciativa, com a qual o Papa quer ressaltar de forma mais concreta seu cuidado pastoral. O Papa trata nos números 20 e 21 o tema da relação entre justiça e misericórdia, demonstrando que não se detém a uma visão legalista, mas aponta a um caminho que desemboca no amor misericordioso.
O número 19 é um firme lamento contra o crime organizado e contra as pessoas “promotoras ou cúmplices” da corrupção. São palavras muito fortes com as quais o Papa denuncia esta “chaga apodrecida” e insiste para que neste Ano Santo haja uma verdadeira conversão: “Este é o tempo oportuno para mudar de vida! Este é o tempo para deixar tocar o coração. Diante de tantos crimes cometidos, escuta o choro de todas as pessoas depredadas por vocês na vida, na família, nos afetos e na dignidade. Seguir como estais é só fonte de arrogância, de ilusão e de tristeza. A verdadeira vida é algo bem distinto do que agora pensais. O Papa os estende a mão. Está disposto a ouvi-los. Basta somente que acolhais o apelo à conversão e vos submetais à justiça enquanto a Igreja vos oferece misericórdia” (n. 19).
A referência à Indulgência como tema tradicional do Jubileu se expressa no número 22. Um último aspecto original é o da misericórdia como tema comum entre os Judeus e Muçulmanos: “Este ano Jubilar vivido na misericórdia pode favorecer o encontro com estas religiões e com as outras nobres tradições religiosas; nos faça mais abertos ao diálogo para conhecê-las e compreendê-las melhor; elimine toda forma de impasse e desprezo, e leve qualquer forma de violência e de discriminação” (n. 23).
O desejo do Papa Francisco é que este Ano, vivido também no compartilhamento da misericórdia de Deus, possa converter-se em uma oportunidade para “viver no dia a dia a misericórdia que desde sempre o Pai dispensa a nós. Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca se cansa de abrir a porta de Seu coração para repetir que nos ama e quer compartilhar conosco a sua vida… […] Que este Ano Jubilar da Igreja se converta em eco da Palavra de Deus que ressoa forte e decidida com palavra e gesto de perdão, de suporte, de ajuda, de amor. Nunca se canse de oferecer misericórdia e seja sempre paciente em confortar e perdoar. A Igreja se faça voz de cada homem e mulher e repita com confiança e sem descanso: ‘Lembra-te, Senhor, de tua misericórdia e de teu amor; que são eternos.’”
Nota do Moderador desse blog, sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:
O que seria
de cada um de nós, se não fosse a Misericordia de Deus. Deus sabe o barro que
somos. Deus sabe que somos fracos, lentos para entender e aceitar as coisas.
Mas, mesmo sendo assim, isso não pode ser empecilho, desculpas para crescer,
para sermos novos.
Deus
aposta em cada um de nós. Somos mais fortes do que nós mesmo imaginamos. Temos
dentro de nós, uma força muito grande, na qual, nem uma bomba nuclear tem a
mesma força. Temos o Espirito Santo dentro de nós. Não estamos sozinhos, não
somos órfãos. Deus nos deu o seu Espirito para nos purificar, para nos unir com
Ele, e por Ele ser direcionado, conduzido.
Meus irmãos,
nascemos para amar. O MUNDO, pode nos ter roubado essa identidade, essa
capacidade. Mas, há dentro de nós o Espirito Santo que nos reaviva para isso.
Restaura-nos para o combate diário. Deus jamais se cansa de nos amar e perdoar.
Dessa mesma forma, somos chamados a viver. Para isso, temos um modelo a ser
seguido, a ser imitado: Jesus Cristo, o único modelo perfeito.
Como
fazer isso? Maria Santíssima conhece o caminho certo para isso. Somente a Mãe,
outra criatura alguma desse mundo, pode nos ensinar como agradar a Deus. Ela o
criou, educou, formou. Que Ela venha nos formar também para Ele. Para isso,
entremos na escola Dela, na escola do amor verdadeiro. Caminho de Maria, deve
ser o nosso caminho até Jesus, e de Jesus até o Pai
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