RIO -
Padre Fábio de Melo está consciente de que vida no sacerdócio impõe desafios
severos. E eles são amplificados quando, além de padre, você é um ídolo da
música popular — ele já vendeu mais de dois milhões de discos, e está lançando
agora “Deus no esconderijo do verso” (Sony), que tem participações de cantores
como Nana Caymmi e Zeca Pagodinho. Sua condição o expõe a situações como a que
relatou recentemente em sua conta no Twitter: “No Instagram, um fake se passando por mim, interagindo e
chamando as pessoas de ‘fofas’. Assim não dá”.
Padre
Fábio tem a fala tranquila e sedutora de um bom sacerdote — e comunicador, que
apresenta um programa de TV semanal, “Direção espiritual” na TV Canção Nova —,
mas não chama as pessoas de fofas. E, apesar de toda a compreensão cristã,
também não tem muita paciência com outras fofices, como podemos perceber
novamente em seu Twitter: “E a Humanidade segue fazendo coraçõezinhos com as
mãos”.
— Ali
mostro um Padre Fábio que as pessoas não têm muita oportunidade de ver no palco
ou na igreja — conta. — Sou muito descontraído, tiro humor das situações menos
propícias. Muitas vezes me acusam de ser um fake:
“Um padre nunca escreveria isso”. Já me contaram que viram humoristas roubar
piadas que postei ali
A
visibilidade de sua conta no Twitter ultrapassa as fronteiras do catolicismo e
da música — muitos de seus 855 mil seguidores o acompanham apenas ali, ou seja,
estão mais interessados em suas tiradas curtas do que no que tem a dizer o
líder religioso ou o cantor. Uma popularidade de webcelebridade que veio sem
que ele a buscasse:
— A
primeira vez que fiz isso, estava vendo o Prêmio Multishow (em 2013)
e achei a plateia muito desanimada. Postei: “Quem são as pessoas da plateia VIP
do Prêmio Multishow? Como vivem? Por que estavam tão cansadas naquela noite?
Sexta, no ‘Globo Repórter’”. Isso foi retuitado e deu uma enorme repercussão,
vários seguidores. A partir dali comecei a me sentir livre para postar coisas
engraçadas.
“ELE
TEM QUE FAZER STAND-UP”
O
humor é uma das características centrais do padre, aponta quem o conhece na
intimidade. É o caso de Heliomara Marques, sua empresária há quase 20 anos. Ao
lado da sensibilidade ao outro (“muitas vezes depois do show ele manda buscar
pessoas que viu no meio da plateia e que achou que precisavam conversar com
ele”), ela destaca sua capacidade de fazer graça.
— Já
disse ele que ele tem que fazer o stand-up dele — diz Heliomara, num tom que
sugere que pelo menos uma fração de piada pode ser verdade (o que não
surpreenderia num padre que se desdobra entre sacerdote, escritor, cantor,
compositor e webcelebridade).
A
facilidade de trânsito do padre se mostra na música. Não que ele circule muito
longe da canção popular com pendores de sofisticação da MPB — tendência que
aprofunda em seu novo disco, com produção de José Milton (produtor dos álbuns
de Nana Caymmi há 20 anos). Mas foi convidado a participar do mais recente
álbum de Fernanda Takai, “Na medida do impossível”. E, além dos citados Nana e
Zeca, “Deus no esconderijo do verso” traz duetos com Elba Ramalho, Ninah Joh,
Fagner, Alcione e Fafá de Belém. E uma parceria sua com Cristóvão Bastos —
autor, com Chico Buarque, do clássico “Todo sentimento”.
Muito
desse alcance vem de um discurso conciliador e equilibrado sobre a
religiosidade, temperado com técnicas de autoajuda, estudos de filosofia e
antropologia e uma formação espiritual iniciada, ainda na infância, com discos
de Maria Bethânia e Chico Buarque:
— A
igreja fazia parte do meu cotidiano, havia os rituais, minha família era
religiosa. Eu brincava de ser padre na infância, usando batata frita como
hóstia. Mas minha religiosidade era natural, da vida, não era igrejeira. Minha
relação com Deus nunca se deu de maneira sobrenatural. Apreendi Deus a partir
da sensibilidade da vida. Com a MPB, por exemplo, os discos de Bethânia e Chico
que havia lá em casa (em Formiga,
interior de Minas Gerais). Criança, eu não tinha acesso à
profundidade daquelas letras, mas era como se elas tocassem a minha alma. Como
se fosse sagrado mesmo. Para mim, a arte é o lugar por excelência do sagrado —
define o padre, que aponta Gilberto Gil como o maior compositor da MPB e chegou
a gravar “Se eu quiser falar com Deus” (evitada por Roberto Carlos, para quem
ela foi feita, por ter uma visão pouco dogmática do divino, em versos como “Se
eu quiser falar com Deus/ Tenho que comer o pão/ Que o diabo amassou”). —
Gravei, mas ela acabou não entrando no disco porque acabou ficando muito épica,
fora do clima do álbum.
“UNIÃO
CIVIL GAY É UM DIREITO”
O
padre explica sua posição sobre o sagrado diferenciando os conceitos de religião
e espiritualidade:
— Nem
tudo o que é religioso pode me espiritualizar, porque a religião é externa,
nela cabem coisas como a hipocrisia. Na espiritualidade, não. Nos meus estudos
de teologia, escolhi o caminho da antropologia, da filosofia. É salutar que a
religião abra espaço para a dúvida. Isso pode soar um tanto herético num
primeiro momento, o que já me fez sofrer críticas, mas decidi que as pessoas
precisam ouvir isso, sobretudo num momento em que o discurso religioso passa
por tanto descrédito. As pessoas têm que saber que o sagrado não se opõe ao
profano, nem o contrário.
Leia
mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/musica/padre-fabio-de-melo-canta-com-nana-caymmi-zeca-pagodinho-em-novo-disco-15838535#ixzz3X67KIflc
© 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.
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Nota do Moderador desse blog, sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:
Não quero
e nem vou polemizar nada. Mas, o que NÃO posso, é ficar calado. Ou será que NÃO
existe democracia? Ou, será que não posso ter uma opinião diferente?
As pessoas
nos menosprezam porque não aceitamos o pecado como algo “normal”. Realmente meu
irmão, o pecado, não é uma coisa normal. Quando o Padre diz que, o direito a
união gay é “legitimo” por direito, de outra forma, estar pregando que a união
entre duas pessoas do mesmo, NÃO é pecado.
Quando
falamos de pecado, as pessoas entendem, ou são manipuladas a entender que,
estamos sendo contra elas. Não é nada disso. Não se deixem ser levados por
pessoas assim. Pessoas, partidos, grupos que fomentam essa mentalidade, estão
querendo uma divisão, uma guerra.
O que é o pecado? – O pecado, é a
minha inclinação para as minhas vontades, feitas de maneira errada. Temos dentro
de nós, uma completa desarrumação interior muito grande, na qual, nos leva a
fazer coisas que mais cedo ou tarde por nos prejudicar.
O demônio
sabendo de nossas fraquezas, ele fará de tudo para explorar isso. Vai explorar
os nossos sentidos, para que uma vez inclinados ao pecado, se dê como consumados.
É uma luta diária até o fim de nossas vidas. Ao assumir a minha carne, e a
minha vida, se encarnou em nossa historia e a viveu de forma integra não no pecado,
Jesus Cristo nos deu um exemplo de como viver. Suportou tudo por amor a Deus.
Foi obediente ao Pai até o final de sua vida. Aceitou todo sofrimento no corpo,
para colocar o nosso ser no céu. Antes, o céu estava fechado para nós. Jesus ao
assumir a minha vida, a elevou ao grau maior com seu sofrimento e morte de
Cruz. Jesus Cristo pagou um alto preço por mim. Salvou-nos. Não somos mais
escravos da carne, mais escravos do pecado. A nossa carne se tornou divina. O
nosso ser habita Deus. E, quando pecamos na carne, estamos novamente agredindo
a Jesus Cristo. Estamos cuspindo, o torturando de novo.
Quando
me inclino a fazer a vontade de minha carne, de forma errada, estou pecando,
estou me excluindo do amor de Deus. Deus nos ama, apesar de nossos pecados.
Deus não exclui ninguém, seja ele quem for, ou da maneira que esteja vivendo.
Mas, Deus ABOMINA o pecado. O meu pecado, NÃO atinge somente a mim, mais todas
as pessoas em minha volta. Com o meu pecado, eu abro as portas da minha vida e
da minha família para os demônios. Todo o pecado leva o homem à morte do corpo
e da alma. Porque é assim que o demônio nos trata. Ele nos oferece uma
felicidade falsa, depois, o resultado virá.
Quando
nos colocamos com a pratica sexual desordenada, NÃO estamos sendo contra
ninguém. Eu amo cada pessoa, amo até os meus inimigos. Mas, quem ama, sempre
fala a verdade e cuida para que o outro encontre a verdade e a verdadeira
felicidade. Não for impor, vou propor. E creio que isso que o discurso do Padre
não mostra. Não concordar com o Padre,
não me faz inimigo da Igreja. Eu amo a Igreja de Cristo e por ela morro e luto
por seus Sacerdotes. Sem Eles, o meu Cristo não viria a mim. Sem eles, o meu
Cristo não me absolveria dos meus pecados.
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