Senado aprova direito de resposta – ou censura à
imprensa
O Plenário do Senado Federal impôs nesta quarta-feira um
constrangimento ao livre exercício da imprensa ao aprovar, em votação
simbólica, o direito de resposta a pessoas que se sentirem
"ofendidas" por publicações. A proposta, encampada pelo senador
Roberto Requião (PMDB-PR), um conhecido adversário da imprensa livre, se excede
na interpretação do texto constitucional sobre o direito de resposta, que prevê
que "ao ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por
veículo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou
retificação, gratuito e proporcional ao agravo".
Com a
votação consolidada hoje, tanto deputados quanto senadores acabaram por
vincular o direito de resposta ao critério subjetivo da "ofensa"
sentida pela autoridade, afastando, com isso, a exigência de que a reportagem
seja inverídica. A Constituição, mais prudente, estabelecia apenas que "é
assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem". Mesmo a controversa Lei de
Imprensa, editada na ditadura militar, era prudente ao ressalvar que não
constitui abuso "no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e
de informação a opinião desfavorável da crítica, literária, artística,
científica ou desportiva, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou
difamar".
Sob a
alegação de que o direito de resposta precisaria ser regulamentado, o projeto
aprovado nesta quarta-feira prevê que as pessoas que se sentirem ofendidas por
uma reportagem - ainda que verdadeira - poderão procurar diretamente o veículo
responsável pela matéria e exigir um espaço para apresentar sua versão dos
fatos. Os senadores, em votação hoje, estabeleceram até o direito de o ofendido
gravar um vídeo ou áudio a ser exibido no veículo que publicou originalmente a
reportagem desabonadora.
Depois da
apreciação do texto, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) informou que
vai apresentar um projeto de lei para acabar com o sentimento de
"ofensa" como critério para o direito de resposta. "Se uma
reportagem diz que Eduardo Cunha tem dinheiro na Suíça e aqui estão os
documentos, isso dá direito de resposta? No meu entendimento, não", disse
ele.
Prazos - O texto
sobre o direito de resposta, que segue agora para sanção da presidente Dilma
Rousseff, determina que o ofendido por uma publicação tenha 60 dias para pedir
a um jornal, revista, blog ou órgão de imprensa que publique seu direito de
resposta. Jornais, revistas, sites noticiosos, rádios e emissoras de televisão
terão de publicar o direito de resposta até sete dias depois de comunicados da
queixa, sob pena de o ofendido acionar a justiça para garantir uma resposta nos
mesmos padrões, tamanho e horário da suposta matéria ofensiva ou incômoda.
Os maiores
beneficiários da proposta avalizada nesta quarta pelo Senado deverão ser os
políticos, alvos frequentes de denúncias. Os mesmos políticos aprovaram, sob o
pretexto de regulamentar o direito de resposta, uma espécie de rito especial
para a tramitação de ações desta natureza. Caberá ao juiz responsável pelo
caso, por exemplo, notificar o órgão de imprensa da existência do processo em
até 24 horas. A contestação das alegações deverá ser apresentada em até três
dias.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/senado-aprova-direito-de-resposta-ou-censura-a-imprensa
Juíza que ordenou buscas em empresa
do filho de Lula deixa de conduzir a Zelotes
A juíza substituta da 10ª Vara da Justiça
Federal, Célia Regina Ody Bernardes, deixou nesta quarta-feira de conduzir a
Operação Zelotes. A mudança no comando do caso ocorre menos de duas semanas
após ela ordenar a prisão de seis suspeitos de comprar medidas provisórias no
governo federal e de expedir mandado de busca e apreensão na sede de empresas
de Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
A magistrada foi
dispensada com o retorno do titular da 10ª Vara, Vallisney de Souza Oliveira,
ao seu cargo de origem. Ele reassumirá todo o seu acervo de processos e
procedimentos, incluindo a investigação da Zelotes.
Investigadores
responsáveis pelo caso veem a saída de Célia Regina com preocupação, já que ela
adotou uma linha distinta da usada pelos juízes que a antecederam no caso ao
deferir medidas mais duras contra os suspeitos. Por isso, teria imprimido um
"padrão Moro" na investigação, uma referência ao juiz Sérgio Moro,
que conduz a Operação Lava Jato.
Desde o ano passado,
Vallisney atuava como auxiliar convocado no gabinete do ministro do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) Napoleão Nunes Filho. A permanência na função, que
acabou nesta quarta-feira, poderia se renovada por mais dois semestres
consecutivos, mas, em nota à reportagem, o STJ justificou que "juiz pediu
para sair por motivos particulares". O tribunal acrescentou que o
magistrado não continuou no gabinete porque "fez outra escolha".
Vallisney não explicou oficialmente os motivos
do retorno. Com o término da convocação, Célia Regina voltou a despachar nesta
quarta-feira na 21ª Vara da Justiça Federal. A transferência, determinada pela
presidência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, deve ser publicada nos
próximos dias.
A magistrada assumiu os
procedimentos da Zelotes em setembro. Mesmo com pouco tempo à frente do caso,
foi tida como a responsável por mudar o curso da investigação criminal ao
aceitar as primeiras prisões de investigados e a ação no escritório de Luís
Cláudio. As buscas foram duramente criticadas pelo PT.
A juíza concordou com os
argumentos de dois procuradores da República, que consideraram "muito
suspeito" o fato de uma empresa de Luís Cláudio, a LFT Marketing
Esportivo, ter recebido, em 2014, pagamentos vultosos de uma consultoria
investigada por "comprar" medidas provisórias nos governos de Lula e
de Dilma Rousseff.
Luis
Cláudio depõe à PF - Luís Cláudio Lula da
Silva prestou esclarecimentos à Polícia Federal em Brasília nesta quinta-feira.
Segundo nota distribuída por seu advogado, Luis Cláudio explicou que a LFT
prestou serviços à Marcondes e Mautoni nos anos de 2014 e 2015 e por isso
recebeu desta última empresa os valores que foram contratados.
No depoimento, ele
"reafirmou seu know how na área esportiva", diz a nota, "fruto
da passagem por quatro clubes de futebol de São Paulo (São Paulo, Palmeiras,
Santos e Corinthians), da prestação de serviços de marketing esportivo ao
Corinthians e, ainda, por ser há quatro anos o organizador de um campeonato
nacional de futebol americano."
(Com
Estadão Conteúdo)
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/juiza-que-ordenou-buscas-em-empresa-do-filho-de-lula-deixa-de-conduzir-a-zelotes
Nota do moderador desse blog sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:
O Brasil estar em situação
delicada, e a população “dorme em berço esplendido”. É algo aterrador e
perigoso, a medida de conter as criticas da imprensa, as ações parlamentares. Ações
essas que merecem observação ao seu nível de atuação. Claro, sou a favor das
medidas legais para conter certos abusos. Por mais que seja a imprensa, ela
também deve estar pautada dentro das regras. Ora, não é a toa que a imprensa de
hoje também erra muito.
Mas, não retiro o fato que vejo
que é perigosa a medida de conter criticas as ações parlamentares. Ações essas
que podem SIM estar em conflito com a legalidade. Ninguém estar acima da lei. Ou,
ninguém pode usar a lei para fazer o que deseja, ou transforma-la ao seu bel
prazer. Esses ditos cidadãos, são representantes do povo, NOSSOS EMPREGADOS.
Pagamos seus altos salários, e suas mordomias. Não serão eles a calar a
sociedade, quando seus mandatos estiverem em conflito com a verdade.
Mas, o mais impressionante, é
como as instituições vão se adequando aos pedidos desse partido, para BARRAR as
investigações do filho do Lula. Lula se comporta como o dono do Brasil: “Mexeu
com os filhos dele, todo mundo paga caro”. Realmente, é algo aterrador. Para os
pobres tudo. Para os ricos, a mordomia, e um tapete vermelho. E um pedido de
desculpas, mesmo que você esteja certo.
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