Pelo menos 140 pessoas morreram, a maioria crianças e adolescentes, e 125 ficaram feridas nesta terça-feira em um ataque terrorista contra uma escola na cidade de Peshawar, no noroeste do Paquistão, informou a agência France-Presse com base em informações divulgadas pelo exército. Entre os mortos, 132 são estudantes. Nove funcionários também morreram.
Cerca de cinco horas depois do início do ataque, o Exército anunciou o fim dos combates, com a eliminação dos seis agressores. Muitos alunos foram executados com tiros na cabeça, informou o ministro provincial da Informação, Mushtaq Ghani, que indicou 25 pessoas gravemente feridas na escola de Peshawar, principal cidade do noroeste do Paquistão. Amir Bakhs, porta-voz do Hospital Lady Reading, para onde estão sendo transferidas as vítimas, confirmou que algumas pessoas deram entrada na emergência com graves ferimentos de bala e o número de vítimas pode aumentar nas próximas horas.
Um grupo de seis insurgentes vestidos com uniformes do Exército invadiu a escola durante o fim da manhã local (por volta das 6h00 de Brasília) e iniciou o ataque. As forças de segurança paquistanesas cercaram o edifício e travaram um ríspido confronto com os insurgentes, disse o porta-voz militar, Ahmed Ali. Ele acrescentou que a maior parte dos alunos e funcionários já foi retirada do edifício onde funciona a escola. Após horas de cerco, puderam ser ouvidas três explosões no interior da escola gerida pelos militares, e um jornalista da Reuters no local afirmou ter ouvido tiroteio intenso.
Na parte externa, enquanto helicópteros sobrevoavam, a polícia se empenhava em conter grupos de pais desesperados que tentavam ultrapassar o cordão de isolamento e entrar na escola. Um funcionário da escola e um estudante entrevistado pela emissora de TV local Geodisseram que os terroristas tinham entrado no auditório da Escola Pública do Exército, onde uma equipe militar estava realizando treinamento de primeiros socorros para os alunos. Muitas das vítimas foram mortas pelo ataque suicida de um homem-bomba.
O principal grupo talibã paquistanês, através de um porta-voz que se identificou como Mohammed Khurrassani, assumiu a autoria do ataque, de acordo com o jornal local The Express Tribune. À CNN, Khurrassani disse que o ataque foi uma vingança pela operação militar em curso na região pelos prisioneiros detidos. "Escolhemos a escola do Exército para o ataque porque o governo está alvejando nossas famílias e mulheres", disse o porta-voz do Talibã. "Queremos que eles sintam a dor", completou. O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, rotulou nesta terça como "tragédia nacional" o ataque do grupo Talibã contra a escola. "Meus filhos foram transformados em cinzas da tragédia, a perda de crianças inocentes é a perda de uma nação", disse Sharif à rádio estatal.
O primeiro-ministro segue rumo à Peshawar, capital da província de Khyber Pakhtunkhwa, para coordenar a operação de resgate e garantir o auxílio às Forças Armadas e às autoridades administrativas locais. A área da escola está isolada pelo Exército paquistanês, enquanto imprensa local informa sobre disparos no interior do perímetro. Colégios costumam ser alvos dos talibãs no Paquistão, principalmente as escolas para meninas, assim como instalações militares.
Alvos frágeis – A escola, com 500 estudantes entre dez e 18 anos, está localizada na estrada Warsak, perto de Peshawar, e faz parte de uma rede de 146 instituições para filhos de militares. As mulheres dos soldados trabalham como professoras. O Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP, na sigla em inglês), autor do ataque, é o principal grupo extremista do país e uma organização ligada à Al Qaeda que enfrenta o governo desde 2007.
O presidente americano Barack Obama, por meio de uma nota oficial, declarou que “os Estados Unidos condenam nos termos mais fortes possíveis o terrível ataque de hoje na escola em Peshawar, Paquistão. (...) Ao direcionar os alunos e professores neste ataque hediondo, os terroristas mais uma vez mostraram a sua depravação”. O presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, também condenaram o ataque e a Índia, vizinha do Paquistão, chamou a ação de "desumana".
O Itamaraty divulgou comunicado em que “condena com veemência”. “O Brasil reitera, igualmente, seu repúdio à violência e sua condenação categórica de atos terroristas, independentemente de suas motivações”.
Para Talat Masood, general aposentado e especialista em segurança, o ataque tem dois objetivos: tático e militar. "Atacaram alvos frágeis esperando que isso tenha um forte impacto psicológico na população. Os talibãs esperam que, atacando crianças, vão fazer com que caia o apoio às operações militares contra eles", explicou.
O Paquistão trava uma luta contra grupos radicais em suas regiões semiautônomas desde 2004, quando o Exército entrou nesses locais em busca de combatentes da Al Qaeda que deixavam o Afeganistão para fugir da pressão americana. Nos últimos meses, os militares do Paquistão vêm realizando uma ofensiva terrestre destinada a combater os extremistas do Talibã que atuam ao longo da fronteira com o Afeganistão. A campanha já desalojou dezenas de milhares de pessoas, que fogem para áreas mais seguras. O noroeste do Paquistão é composto por áreas tribais onde a presença do Estado é frágil, dando espaço para líderes locais controlarem o comércio, a administração e até a justiça.
http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/terroristas-invadem-escola-e-matam-ao-menos-140-pessoas-a-maioria-criancas
Massacre no Paquistão: “partes dos corpos voavam pelo ar”
As primeiras imagens da chacina realizada em uma escola militar no
Paquistão nessa terça-feira foram divulgadas. Pelo menos 132 crianças foram
mortas, além de nove professores. Segundo publicou o Daily Mail, a diretora do
colégio teria sido queimada viva em frente a alunos por ser casada com um
militar aposentado.
O massacre na Escola Pública do
Exército de Peshawar deixou rastros de sangue por todos os lados. Nas fotos, é
possível ter uma pequena noção do sangue frio dos terroristas do Talibã que, em
poucos minutos, conseguiram matar tanta gente. Vítimas que sobreviveram deram
relatos perturbadores, como o do estudante Ehsan Elahi, 13 anos, que estava
assistindo uma aula no auditório principal sobre primeiros socorros quando
ouviram os barulhos de tiros e explosões vindo pelo corredor.
“Nossos professores e instrutores pediram para que ficássemos calmos,
mas, o barulho se aproximava cada vez mais. De repente, os vidros das janelas e
das portas foram quebrados pelas balas e, então, os talibãs entraram atirando
sem parar. As pessoas gritavam e choravam, tentando se esconder. Porém, não
havia onde se esconder no auditório, apenas embaixo das cadeiras – e foi o que
eu fiz”, conta o menino.
Ele também disse que ainda está com a
imagem dos rostos de dezenas de seus amigos mortos espalhados pelo corredor.
“Eles atiravam como demônios. Vi instrutores caindo no chão primeiro, depois
presenciei meus amigos levando tiros na cabeça, peito, braços e pernas bem em
frente a mim. Partes de seus corpos voavam pelo ar, como se fossem pequenos
pedaços de algodão. Estava por toda parte. O sangue ainda quente de seus corpos
molhavam meu rosto, meu corpo. Foi horrível”, lembra.
Elahi afirmou que o tiroteio no auditório durou mais de 15 minutos e só
parou depois de soldados paquistaneses começarem a atirar próximo dali,
distraindo os terroristas. O aluno do colégio, traumatizado, disse que levou
dois tiros no braço direito, mas que não derramou lágrimas e nem gritou de dor
porque isso significaria sua morte.
“Eles não queriam deixar uma só pessoa
viva no auditório. Atiravam em qualquer pessoa que se movimentava, que chorava
ou que gritava de dor. Foi por isso que não chorei e a minha vontade era berrar
de dor. Ainda fiquei 10 minutos ali, parado, até que os soldados viessem nos
resgatar”, disse.
Outros alunos que sobreviveram também relataram o heroísmo de
professores que se sacrificaram para salvar os alunos. Uma das professoras,
Hifsa Khush, 24 anos, permaneceu em pé, na frente dos seus alunos, enfrentando
os terroristas, depois de mandar todos correrem dali. “Ela disse para eles que
só matariam seus alunos por cima de seu cadáver. Então, jogaram gasolina nela e
atearam fogo”, conta uma testemunha. “É uma heroína”.
A diretora da escola também foi imolada
na sua sala. A polícia acredita que ela tenha sido vítima por ser casada com um
militar aposentado.
A maioria dos 141 mortos é crianças e
grande parte das vítimas será enterrada nesta quarta-feira.
http://noticias.terra.com.br/mundo/asia/massacre-no-paquistao-partes-dos-corpos-voavam-pelo-ar,d7aa57ffc085a410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
Nota do Moderador desse blog, sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:
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