15. E a última: a doença do
proveito mundano, dos exibicionismos, quando o apóstolo transforma o seu
serviço em poder e o seu poder em mercadoria para obter dividendos humanos ou
mais poder; é a doença das pessoas que procuram insaciavelmente multiplicar poderes
e, com esta finalidade, são capazes de caluniar, de difamar e de desacreditar
os outros, até mesmo nos jornais e nas revistas. Naturalmente, para se exibirem
e se demonstrarem mais capazes do que os outros. Também esta doença faz muito
mal ao Corpo porque leva as pessoas a justificar o uso de todo meio, contanto
que atinja o seu objetivo, muitas vezes em nome da justiça e da transparência!
E vem-me aqui à mente a lembrança de um sacerdote que chamava os jornalistas
para lhes contar – e inventar – coisas privadas e reservadas dos seus confrades
e paroquianos. Para ele a única coisa importante era ver-se nas primeiras
páginas, porque assim se sentia “potente e convincente”, causando tanto mal aos
outros e à Igreja. Pobrezinho!
Irmãos, estas doenças e tais
tentações são naturalmente um perigo para todo cristão e para toda cúria,
comunidade, congregação, paróquia, movimento eclesial e podem atingir quer em
nível individual quer comunitário.
É necessário esclarecer que só o
Espírito Santo - a alma do Corpo Místico de Cristo, como afirma o Credo
Niceno-Costantinopolitano: «Creio... no Espírito Santo, Senhor e e
vivificador» - pode curar todas as enfermidades. É o Espírito Santo que
sustenta todo esforço sincero de purificação e toda boa vontade de conversão. É
Ele que nos faz compreender que todo membro participa da santificação do corpo
ou do seu enfraquecimento. É Ele o promotor da harmonia: “Ipse harmonia est”,
diz São Basílio. Santo Agostinho nos diz: «Enquanto uma parte aderir ao corpo,
a sua cura não è desesperada; mas o que foi cortado não pode nem curar-se nem
sarar».
O restabelecimento é também fruto
da consciência da doença e da decisão pessoal e comunitária de tratar-se,
suportando pacientemente e com perseverança a terapia.
Julio Cesar disse:
Sempre peço
a Deus a graça da humildade, de ser mai tolerante com as pessoas, sem faltar
com a verdade, que é uma caridade para com o próximo e para com toda a
sociedade.
Todo o poder
desse mundo é passageiro. E todo o poder concedido á alguém para administrar os
bens e as pessoas, se não tiver Deus, ele cai no autoritarismo, no vazio, na
manipulação. Quando uma pessoa estar em Deus, e quando essa pessoa em Deus
conhece a sua identidade, ela passa sempre a olhar o outro, com mais amor, e
misericórdia. Ela não perde a sua autoridade, quando ela se inclina a
necessidade do outro.
O homem sem
Deus, ele perde o seu caminho. Cai nas armadilhas desse mundo, e preso pelas
coisas efêmeras, coisas que passam, e tem o poder de nos aprisionar, se não
tivermos em Deus e com Deus, o homem se fecha as necessidades dos demais, e
passa a querer escravizar a liberdade dos outros. Tudo nesse mundo é mentira. E
toda a mentira pode nos levar a perdição eterna, quando damos razão a ela para
conduzir a nossa vida.
Temos que
ser verdadeiros, e amorosos com os demais. Chega de querer derrubar o outro, exterminá-lo,
como se fosse algum parasita que nos incomode. O outro é meu irmão, e deve
amá-lo como Deus me ama. Tenho que respeitá-lo. Só, me atrevo a dirigir de
forma mais contundente ao outro, quando procuro a informar sobre o seu erro,
sobre o pecado que estar cometendo e que estar, sendo motivo de mal exemplo
para os demais. Chega de denegrir a imagem do outro, seja ele quem for. Não
estou escondendo aqui, a real necessidade de sempre chamar atenção sobre seus
passos, que pode estar levando a um conflito interno e coletivo.
Deixemos o Espírito
Santo trabalhar em nós, na certeza de arrancar tudo aquilo eu não é de Deus e
que estar tomando conta de nosso coração. Não nascemos para ser carrasco do
irmão. Nascemos para amar, apara ajudar, para informar e se for possível SIM,
chamar a atenção de forma mais contundente. Fora isso, não podemos denegrir a
imagem do outro, querer destrui-lo. Somos imagem e semelhança de Deus. Podemos e
vamos denunciar o pecado, denunciar os erros, mais NUNCA querer ser Deus, de
forma a condenar o irmão. Condenamos o pecado, e não as pessoas. Condenamos os
seus atos, que podem colocar em risco a sociedade, a vida como um todo.
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