sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Espanha aprova polêmica ‘lei da mordaça’

Amordaçados, manifestantes protestam contra nova lei espanhola que regula protestos contra o governo Foto: SUSANA VERA / REUTERS

MADRI — O Congresso da Espanha aprovou nesta quinta-feira com o apoio do Partido Conservador uma polêmica lei que restringe manifestações, em meio a forte oposição de políticos e grupos de ativistas que alegam que a medida viola o direito ao protesto e a liberdade de expressão. A iniciativa conhecida por seus detratores como "lei da mordaça" restringe essencialmente manifestações e marchas não autorizadas, e impõe penalidades severas aos protestos classificados como ilegais.

— Este projeto dá mais poder às forças de segurança e oferece aos cidadãos menos garantias contra o governo — afirmou María Serrano, porta-voz da filial espanhola da Anistia Internacional. — Nos preocupa que esta lei não proteja o direito de protestar em um contexto em que muitas pessoas foram afetadas pelas medidas de austeridade tomadas pelo Governo, que afetaram seus direitos humanos.

A Espanha tem lidado com uma crescente onda de protestos e greves contra as impopulares medidas de austeridade do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, que aplicaram medidas como cortes no financiamento para a saúde pública e educação. Ainda assim, os protestos recentes têm sido, em grande parte, pacíficos.
A nova lei também inclui regras de imigração mais rígidas que permitirão à polícia de fronteira negar a entrada de cidadãos africanos que atravessem a fronteira dos enclaves de Ceuta e Melilla.

O governo do Partido Popular justificou a necessidade desta regulação da pressão migratória nas duas cidades autônomas, a única porta de entrada para a Europa em solo Africano, onde os grupos muitas vezes tentam pular a cerca que separa a Espanha a partir de Marrocos.

— O governo pode chamá-lo como quiser, mas no âmbito do direito internacional são expulsões sumárias e coletivas — afirmou Serrano.

O Comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Nils Muinieks advertiu Espanha que a legalização das devoluções de imigrantes retornos vai contra a jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados também solicitou ao Governo espanhol que garanta que qualquer iniciativa legal cumpra com suas obrigações internacionais, em particular a Convenção de Genebra sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951.



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JULIO CESAR DISSE:

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