Depois dos recentes ataques
terroristas em Paris realizados por radicais islâmicos da Al-Qaeda e do EI,
além das ameaças desmanteladas pela polícia belga em Bruxelas e Verviers, a
Bélgica discute agora o que fazer com o ensino de Moral, Filosofia ou Religião
nas escolas. Na capital belga (Bruxelas) e na Valônia (região sul da Bélgica),
a coalizão de poder entre os partidos Socialista (PS) e o Centro Democrata
Humanista (CDH) estuda instaurar um curso comum de Educação para Cidadania em
2016 nas escolas públicas a partir do primário. O governo está preocupado em
melhorar a integração social em cidades onde residem não só belgas flamengos
(de língua holandesa) e valões (de língua francesa), mas também imigrantes e
refugiados de todos os continentes.
Na Bélgica, seja na escola
pública ou particular, crianças e adolescentes estudam pelo menos duas horas
por semana de Moral, Filosofia ou Religião (catolicismo, protestantismo,
islamismo ou judaísmo). O país se encontra agora bastante dividido entre manter
a tradição educacional; adotar o modelo francês que oferece apenas aulas de
Cidadania; ou adicionar a nova disciplina ao currículo escolar.
Uma pesquisa realizada pela
Federação das Associações de Pais de Educação Oficial (Fapeo) com diretores,
professores e pais indicou que 54% dos entrevistados não apoiam o fim de aulas
de Religião, Moral e Filosofia. Ao mesmo tempo, 54% aceitariam trocar esses
cursos por outro de formação cidadã. A ministra para Educação na Valônia,
Joelle Milquet, se posicionou contra acabar totalmente com as aulas de Moral,
Filosofia ou Religião. "O problema são os extremistas. Não são as
religiões", afirmou.
A professora de História e de Religião, Ariane Ruyffelaere, avalia
que as aulas de Religião já incluem métodos de incentivar a convivência e o
respeito para a vida em sociedade e receia que dividir o currículo escolar com
uma hora para Cidadania e uma hora para Religião ou Filosofia dificulte o
trabalho dos professores. "É um longo caminho fazer o jovem refletir e
evoluir, escolher o que realizar como atividade para fazê-los compreender e
avançar", afirma ao Terra.
Ariane exemplifica com um trabalho realizado em sala de aula com
duas alunas da sétima série que viviam brigando. Uma era muçulmana, cuja
família provinha da Turquia; a outra era cristã, com origem da Armênia. A
belgo-turca não reconhecia o genocídio dos armênios (ocorrido entre 1915 e
1923) e a colega armênia participava de uma ONG que luta por esse
reconhecimento. Ariane propôs que as duas lessem uma matéria de jornal sobre a
recente aproximação de turcos e armênios e argumentassem intelectualmente, sem
ofensas. Ao fim da atividade, a belgo-armênia disse à de origem turca:
"Você entende agora? Meus bisavôs foram mortos por gente do seu
país". E a belgo-turca respondeu: "Sim, mas veja, não fui eu que fiz
isso a sua família". "A atividade em classe permitiu fazê-las pensar
além de um processo de identificação (comunitária) e se aproximar da realidade
e do sofrimento da outra. Finalmente os insultos terminaram", conta Ariane.
A psicopedagoga belga, Catharina S., trabalha em uma escola de
Bruxelas onde 90% dos alunos são de famílias imigrantes do Marrocos, Turquia e
inclusive do Brasil. Ela opina que o ensino sobre tolerância e respeito à
diversidade deve fazer parte da rotina de pais e professores e não se
restringir apenas às aulas de Religião ou de uma futura disciplina de
Cidadania. "O desafio da integração está presente no dia-a-dia,
especialmente entre as crianças --que tendem a reproduzir o discurso dos pais",
defende. Catharina conta que, certa vez, uma aluna do Jardim de Infância, filha
de pais brasileiros cristãos, levou pão com presunto para o recreio e as
crianças muçulmanas fizeram caretas, dizendo-lhe que o presunto era sujo.
"Tivemos que explicar que existem diferentes formas de se alimentar --o
que parece ruim para um, pode parecer bom para o outro", exemplifica.
A psicopedagoga costuma organizar atividades entre pais e
professores. "Muitas vezes precisamos lembrar que algumas problemáticas
surgem não por uma questão de cultura ou religião, mas pela personalidade e
caráter de cada um", destaca. Ariane defende também as parcerias da escola
com a família. "Os pais de hoje que deixam os filhos com a televisão ou
com a internet, sem conversar sobre os principais temas em casa, não estão
formando a consciência dos filhos", alerta.
Discussão na internet
Em um debate online realizado pelo jornal belga Le Soir
acompanhado pela reportagem do Terra, a maioria dos
internautas defenderam a manutenção das aulas de Religião. "A ausência de
curso de Religião na França tornou a situação melhor lá do que aqui na
Bélgica?", questionou Antoine. "Os jovens que se radicalizam o
fazem em família, entre amigos, pela internet ou televisão; a culpa não é
da educação na escola", completou. "O materialismo consumista não tem
nada a oferecer", defendeu Mélusine.
O leitor Sali considerou um absurdo suprimir os cursos de religião
"precisamente em um mundo que carece de significado". "Talvez
aqueles terroristas se deixaram arrastar pelos discursos radicais e
anti-humanistas justamente porque não tiveram aulas de Religião, onde teriam
aprendido as bases de paz, tolerância, abertura e respeito para com os
outros", argumentou.
Por outro lado, o jovem Nimu, de 22 anos, disse preferir que se
ensine mais História das Religiões do que Religião. "O curso deve ser
primeiro informativo, pois ajudará os alunos a construir melhor as suas
opiniões em relação a outras culturas, principalmente na adolescência. E de
qualquer forma, toda religião se baseia na ideia de respeitar o outro, que é o
que está faltando de verdade hoje em dia", concluiu.
http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/apos-atentado-belgica-discute-papel-da-religiao-nas-escolas,e5f938262173b410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
Nota do Moderador desse blog, sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:
A situação é
muito séria. Temos dos extremos aqui:
1ª O E.I.
estar conseguindo o que ele deseja, colocar todo mundo como refém de suas
ações. Retirar Deus da historia da humanidade.
2ª Mesmo com
essa situação de extremismo, NÃO sejam desculpam de alguns países, para eliminar
Deus da historia, tentando colocar um estudo de civilidade a população, para
ver se diminui essas incidências de violências pelo mundo.
Sem Deus, o
homem NÃO sobrevive, o homem é um NADA.
O mundo
estar dessa forma, porque despreza Deus de sua vida. O home prefere o pecado,
prefere dá ouvidos ao demônio. Deus é amor, e quem ama e adora a Deus, ama e
perdoa o seu irmão, que é imagem e semelhança de Deus. Quem ama a Deus, deve
também amar o seu irmão, e não matá-lo ou exterminá-lo de qualquer forma.
Não podemos
nos sentir presos, reféns de qualquer coisa ou pessoa. Preferimos ter muito
mais medo de um mortal, do que de Deus. Claro, ninguém deseja morrer, mais, a
situação do mundo é essa em que estamos assistindo. Um mundo sem Deus, onde as
pessoas se tornam dessa forma, exterminadoras de outras.
Precisamos
estar em Deus, sem ter medo de nada. A nossa vida é Deus, a nossa felicidade é
Deus. Mesmo que sejamos perseguidos, exilados, ou mortos, precisamos ser fieis
aquele que nos ama, e que nos criou: Deus. Sermos fieis até o fim.
Sem Deus,
NÃO sou capaz de amar, como Deus ama, e nem perdoar, como Deus perdoa. Sem
Deus, não serei capaz de dá a minha vida pelo irmão. Exercícios de civilidade
sem Deus, é um convite a um vazio, a um estado egoísta.
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