Uma menina de 14 anos, vítima de estupro, será submetida a um aborto tardio, informou um dos médicos responsáveis pela operação nessa quinta-feira, dias após a corte indiana voltar atrás na decisão de proibir que a vítima passasse pelo procedimento.
O pai da menina, que não pode ter o nome divulgado por questões legais, alega que a filha engravidou em fevereiro, depois que um médico a sedou e estuprou.
A petição de permissão para o aborto após o limite legal de 20 semanas foi negada por dois tribunais regionais antes de a Suprema Corte permitir nesta quinta-feira o procedimento caso os médicos considerassem haver "grande ameaça à vida da menina se a criança não for abortada".
"A menina não tem condições físicas e seu estado emocional também é instável. Ela apresenta tendências suicidas", declarou à AFP um dos médicos responsáveis pelo caso, M. M. Prabhakar.
O procedimento será realizado nesta sexta-feira em Ahmedabad, no estado de Gujurat. O pai da vítima levou a apelação à Suprema Corte de Nova Déli após seu pedido ser negado pela corte de Gujarat, com base na decisão do tribunal de que o bebê era inocente e "não pediu para nascer".
A polícia mantém sob custódia o médico que supostamente estuprou a menina de 14 anos.
http://www.opovo.com.br/app/maisnoticias/mundo/2015/07/30/noticiasmundo,3476885/indiana-de-14-anos-passara-por-aborto-tardio-apos-decisao.shtml
Nota do Moderador desse blog, sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:
Casos de estrupo
contra mulheres, na Índia, se tornaram frequentes. Um bando de covardes que se
aproveitam da fragilidade da mulher, para impor sua força sobre elas. Compadeço-me,
e entendo a dor dessas mulheres. Mas, NÃO posso e nem vou concordar com á
pratica do Aborto. Não existem saídas fáceis, para situações difíceis. Quem
financia e promove de alguma forma essas praticas, NÃO estar ajudando em nada. E,
muito menos, tem amor pela vitima.
Não se
combate o mal, alimentando cada vez mais o mal. A criança que nasceu, NÃO tem
culpa alguma. E, se Deus permitiu isso, dessa situação, Ele vai tirar algo bom
para a vitima. A vitima e a família podem ensinar a criança, o caminho do amor,
e do perdão. Algo, que o pai agressor não teve, e nem conhece. O aborto, é uma violência
muito pior, doq eu as ações do agressor. Estou descontando em cima de uma
criança indefesa, todo o meu ódio com relação ao agressor. O agressor fez, é
algo reprovável SIM. Mas, seguir no mesmo caminho dele, não nos ajudará em
nada. É acumular ódio em cima de ódio.
Acolher o
que não planejei e nem queria, é algo desafiador. Acolher e amar a criança é
algo sublime e humano. Mesmo que o pai não seja, tenho que ser o contrário. É aqui
que vem o perdão. O perdão, não é aceitação dos erros. O perdão é o acolhimento
das situações dolorosas, onde possa dá um sentido novo, e não igual ao que me
fizeram. O agressor tem que responder na justiça, e de forma legal, o crime que
cometeu, e pagar por isso, de forma justa. A vingança, caberá somente a Deus.
Matar de volta, vai me fazer pior do que o outro. É isso que o demônio quer. Amar, amar acima de tudo.
Deixo aqui, dois
exemplos de perdão
“Fui estuprada e terei a criança”. Conheça a história de Irmã Lucy Veturse,a freira que foi violentada
Confira a carta da religiosa
Reverendíssima Madre Geral,
Eu sou Lucy Veturse, uma das Junioristas que foram violentadas pelos milicianos sérvios … acontecimento que atingiu a mim e às duas Irmãs Religiosas: Tatiana e Sendria.
Seja-me permitido não descer a certos particulares do fato. Há experiências tão tristes na vida que não podem ser comunicadas para ninguém a não ser àquele Bom Pastor a quem me consagrei no ano passado com os três votos religiosos.
O meu drama não é a humilhação padecida, como mulher, nem a ofensa insanável feita à minha escolha existencial e vocacional, mas é sobretudo a dificuldade de inscrever na minha fé um acontecimento que certamente faz parte do insondável e misterioso plano dAquele que eu continuarei a considerar sempre o meu Divino Esposo.
Tinha lido, poucos dias antes, o ´Diálogo das Carmelitas´ de Bernanos e me tinha sido espontâneo pedir ao Senhor poder eu mesmo morrer mártir. Ele me tomou na palavra,…mas de que jeito! Encontro-me atualmente numa angustiante noite escura do espírito. Ele destruiu o projeto de vida que eu considerava definitivo para mim. De improviso me inseriu em um novo desígnio que neste momento é , para mim, ainda a ser descoberto.
[...]
Escrevo, Madre, não para receber da senhora conforto, mas para que me auxilie a agradecer a Deus por me ter associado a milhares de minhas compatrícias ofendidas na honra e forçadas à maternidade indesejada. Minha humilhação junta-se à delas e, pois que não tenho outra coisa para oferecer para a expiação dos pecados cometidos pelos anônimos violentadores e para uma pacificação entre as duas opostas etnias, aceito a desonra padecida e a entrego à misericórdia de Deus.
Agora eu sou uma entre elas, uma das tantas anônimas mulheres do meu povo com o corpo destruído e a alma devastada. Nosso Senhor me admitiu a participar de seu mistério de vergonha; mais ainda a mim, Religiosa e freira, concedeu o privilégio de compreender até o fundo a força diabólica do mal.
Sei que, de agora em diante, as palavras de encorajamento e de consolação que conseguir extrair do meu pobre coração, serão com certeza aceitas, porque a minha história é a história delas e a minha resignação, sustentada pela fé, poderá servir, se não de exemplo, pelo menos de referencial para as suas reações morais e afetivas.
[...]
Lembro que, quando freqüentava em Roma a Universidade ´Auxilium´ para a formatura em Letras, uma idosa docente de Literatura Eslava citava os seguintes versos do poeta Alexei Mislovich: ´Tu não deves morrer, porque tu escolheste ficar do lado da vida´. Na noite em que fui dilacerada pelos sérvios, por horas seguidas continuava a repetir para mim mesma aquelas palavras que me pareciam como um bálsamo para a alma, mesmo no momento em que o desespero parecia aflorar para me apanhar. Agora tudo passou e, se me volto para trás, tenho a impressão de ter tido um terrível sonho feio.
Tudo passou, mas, Madre, tudo está para começar. No seu telefonema, depois de suas
palavras de conforto, de que ficarei agradecida por toda a minha vida, a senhora me colocou uma clara pergunta: ´Que farás da vida que te foi jogada no seio? ´.Percebi que sua voz tremia ao me colocar esta interrogação, à qual achei pouco oportuno responder logo, não porque não tivesse já refletido sobre a escolha, a decisão a ser tomada, mas para não atrapalhar as eventuais propostas e projetos seus a meu respeito.
Eu já decidi. Se for mãe, o menino será meu e de ninguém mais. Sei que poderia confiá-lo a outras pessoas, mas ele tem direito, mesmo não sendo esperado por mim, nem pedido, ao meu amor de mãe.
Não se pode arrancar uma planta de suas raízes. O grão caído no chão precisa de crescer lá onde o misterioso semeador, mesmo sendo iníquo, o jogou. Realizarei minha vocação religiosa, mas de outra maneira. Não peço nada à minha Congregação, que já me deu tudo. Fico agradecida pela solidariedade fraternal das coirmãs, que nestes dias me encheram de atenções e amabilidades, em particular por não me ter incomodado com perguntas indiscretas. Irei embora com meu filho, se Deus quiser. Não sei ainda aonde, mas Deus, que interrompeu improvisamente minha maior alegria, me orientará e indicará o caminho a percorrer para cumprir sua vontade.
Voltarei a ser uma moça pobre, retomarei meu velho avental, meus tamancos, que as mulheres usam nos dias de semana, e irei com minha mãe a recolher a resina da casca dos pinheiros dos nossos vastos bosques.
Deve mesmo haver alguém que comece a quebrar a corrente de ódio que deturpa, há tanto tempo, os nossos países. Ao filho que vier (se Deus quer que venha) ensinarei mesmo somente o AMOR. Ele, nascido pela violência, testemunhará, perto de mim, que a única grandeza que honra a pessoa humana, é aquela do PERDÃO.
http://blog.opovo.com.br/ancoradouro/fui-estuprada-e-terei-crianca-conheca-historia-de-irma-lucy-vetursea-freira-que-foi-violentada/
Eu fui estuprada durante uma viagem de negócios. Mas meu marido e eu escolhemos a vida
hospedada em um pequeno hotel de uma cidade universitária. Acho que, geralmente, sou mais cuidadosa com o que acontece ao meu redor, mas havia tanta neve e vento que eu não teria ouvido os passos dele nem sequer se ele viesse pisando com força. Aconteceu tudo muito rápido. A porta foi aberta, eu me virei para fechá-la e lá estava ele. Um homem corpulento. Meu primeiro instinto não foi de medo, mas de confusão. No instante seguinte, ele me deu um soco no rosto. Eu não me lembro de ter sido arrastada do quarto, mas fui encontrada na escada. Não sei por quê. Talvez eu tenha tentado correr e pedir ajuda.
Os exames depois do estupro deram negativo para HIV, gonorreia, clamídia, sífilis, herpes e dezenas de outras coisas das quais eu nunca tinha ouvido falar. Deus é misericordioso.
No mês seguinte, eu estava escalada para trabalhar em um navio de cruzeiro. No segundo dia, tive uma disenteria e não melhorei com os antibióticos. Fui levada para um hospital quando ancoramos em Cartagena, Colômbia. Passei por um ultrassom para averiguar se havia alguma obstrução intestinal. Foi quando descobrimos que, dentro de mim, existia algo do tamanho de uma ervilha.
Era o meu filho.
De novo a bordo do navio, contei aos médicos uma versão abreviada da minha história, o que os levou a me colocar em quarentena. Medo de suicídio? Risco de um surto psicótico que me fizesse correr nua pelo navio? Quem vai saber... O que eu sei é que passei a semana seguinte ouvindo uma equipe muito bem intencionada de médicos e enfermeiras me consolando e dizendo o quanto seria “fácil lidar com isso”. Traduzindo: seria “fácil” matar o bebê e “seguir a vida”. Fácil???
Muitas coisas foram discutidas naquela semana em vários telefonemas transatlânticos para casa, cheios de ruídos na linha e de lágrimas no meu rosto, mas aquela tal possibilidade de “lidar com isso” nunca saiu dos meus lábios. Nem do meu marido. Quando eu disse a ele que estava grávida, ele respondeu com a voz calma e firme: "Certo... Certo... Está tudo bem. Está tudo bem, ok?".
Perguntei: "O que você quer dizer com tudo bem?"
"Eu quero dizer que nós vamos conseguir. Nós vamos passar por isso. Vai ficar tudo bem. E... Eu amo bebês. Nós vamos ter outro bebê! Meu amor, isto é um presente. É algo maravilhoso, que veio de algo terrível. Nós vamos conseguir!".
E eu comecei a sentir a movimentação da alegria pela vida nova que se desenvolvia no meu ventre, florescendo sob o meu coração! Esse novo amor cresceria com tanta garra que acabaria com qualquer hesitação ou angústia. E o meu marido estava certo: nós íamos conseguir!
Na minha última manhã a bordo do navio, eu disse àquela equipe solidária: "Se alguma vez vocês pensarem neste assunto, se algum dia vocês se perguntarem o que aconteceu comigo, saibam que eu tive um lindo bebê em outubro de 2014". A reação deles... os olhares em seus rostos... A médica que tinha me empurrado o aborto com mais veemência do que os outros... Ela tinha lágrimas nos olhos. Pela primeira vez, eu pensei que Deus iria saber o que fazer com aquilo, com aquele pesadelo que eu tinha sofrido.
Eu moro na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. O doutor que fez o parto dos meus dois filhos estava concorrendo nas primárias republicanas para o Senado. Ele tem que responder às pessoas o tempo todo sobre aquela questão infalível: "E em casos de estupro?".
Bom, no meu caso, o meu filho vai ter voz. Mas até ele poder usá-la, é responsabilidade minha e privilégio meu falar por ele.
Durante a gravidez, eu entrei e saí do hospital uma série de vezes. Fiquei mais dentro do que fora. Tive pré-eclâmpsia e pressão arterial elevada. Foi aterrador quando, na 26ª semana, eles me disseram que provavelmente eu teria que dar à luz naquela noite. Aterrador porque eu queria desesperadamente que o meu filho vivesse! Mas nós conseguimos atravessar todo aquele susto. Eu precisei ficar em repouso absoluto, mas pelo menos estava em casa. Cada semana depois disso foi ainda mais incrível, com a expectativa do quanto eu ficaria feliz quando ele finalmente chegasse aos meus braços em segurança. Na parte emocional, eu estava indo muito bem.
Tínhamos uma equipe de médicos muito abençoada. Tudo é questão de confiar plenamente. Não era algo novo. Eu tinha me sentido completamente fora de mim desde aquela violência sofrida em janeiro. O meu mundo tinha sido abalado e não voltaria a ficar bem até que o meu filho nascesse. Mas tudo aquilo me livrou da atitude arrogante e autossuficiente de dizer a Deus: “Está tudo bem, eu encaro isso”.
O nosso pequeno menino pode ter sido concebido num ato de violência, mas ele é um dom de Deus, um presente delicioso que preencheu em nossa família uma lacuna que eu nunca tinha percebido que existia. Ele nos tornou completos!
Eu me sinto profundamente grata por ter entrado em contato com outras mães que também engravidaram depois de sofrer um estupro. Nós somos sobreviventes. Não somos apenas vítimas. E foi o meu filho quem me curou.
A pressão da comunidade médica para abortar me abriu os olhos de uma forma impactante. Eles me disseram muitas vezes o quanto seria “simples” e rápido “lidar com isso” e “seguir a vida” depois que tudo “aquilo” tivesse acabado. Era de partir o coração ter que ouvir isso vezes e mais vezes. Mesmo alguns amigos achavam que ter o bebê era um erro, que eu não seria capaz emocionalmente.
Mas toda vez que nós, mães sobrevivente de estupro, compartilhamos as nossas histórias, saímos mais fortalecidas e fortalecemos os outros. Afinal, quantas vidas podem ser poupadas quando se conta com esse apoio e com essa coragem?
http://www.aleteia.org/pt/saude/artigo/eu-fui-estuprada-durante-uma-viagem-de-negocios-mas-meu-marido-e-eu-escolhemos-a-vida-5795128732024832
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