Mais de mil pesquisadores e especialistas em inteligência
artificial (IA), como o físico inglês Stephen Hawking e o sul-africano Elon
Musk, CEO da Tesla Motors, advertiram nesta terça-feira para o perigo de usar a
inteligência artificial no desenvolvimento de armas. Em carta aberta divulgada
na Conferência Internacional de Inteligência Artificial, em Buenos Aires, eles
pediram a suspensão do uso da tecnologia para manusear armas que possam
"sair do controle humano".
"Se alguma potência militar
global der início ao desenvolvimento de armas de inteligência artificial uma
corrida armamentista é virtualmente inevitável. O ponto final nessa trajetória
é óbvio: armas autônomas se tornarão os Kalashnikovs de amanhã", alertaram
os signatários do texto, fazendo referência à famosa marca de fuzis de guerra,
como o AK-47. "Se não houver limites, é factível que em questão de anos,
não décadas, nos deparemos com equipes mecânicas capazes de selecionar, fixar e
atacar alvos sem nenhuma intervenção humana."
Além de Hawking e Musk, outros
nomes célebres, como o co-fundador da Apple, Steve Wozniak, o responsável pelo
setor de inteligência artificial do Google, Demis Hassabis, e o filósofo Noam
Chomsky, assinaram a carta. Aliás, Hawking e Musk já haviam dito anteriormente
que a inteligência artificial é a maior ameaça à existência humana. Por isso, a
dupla parece estar empenhada na meta de limitar os usos da IA.
Máquinas de
matar - Os cientistas destacaram que
seria questão de tempo para que essas armas terminassem no mercado negro e nas
mãos de terroristas e do crime organizado. Isso porque, ao contrário de bombas
nucleares, armas que requerem inteligência artificial não exigem materiais de
alto custo ou difíceis de serem encontrados. Todas as maiores potências
militares do planeta poderiam desenvolvê-las e produzi-las rapidamente.
A curto prazo, alertam os
cientistas, elas poderiam tornar os campos de batalha mais seguros para os
militares, mas, em um período mais longo, resultariam em gigantescas perdas
humanas. As máquinas são melhores que os humanos em atividades repetitivas e de precisão,
que não exigem criatividade ou que fogem aos padrões digitais. São melhores que
nós, por exemplo, para dirigir automóveis ou entregar encomendas, mas jamais
criariam obras de arte capaz de emocionar outros seres humanos. Para matar,
atividade que para alguns exige a falta de sentimentos e o cálculo de alvos
muito específicos, seriam excelentes. Porém, não teriam o tato humano
necessário para diferenciar situações de risco, ou escolher liquidar ou preservar
alvos com base em decisões emocionais. O grupo destacou isso como um dos
motivos de "a maioria dos pesquisadores de inteligência artificial não ter
interesse em construir armas com inteligência artificial - e não querem que
outros interfiram em seu campo".
(Da redação)
http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/elon-musk-e-stephen-hawking-pedem-que-inteligencia-artificial-nao-seja-usada-para-matar
Nota do Moderador desse blog, sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:
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