sábado, 28 de março de 2015

Editorial: A força da fé




Cidade do Vaticano (RV) – Celebramos na última terça-feira, 24 de março o “Dia de oração e jejum em memória dos Missionários Mártires”, precisamente no dia em que recordamos o aniversário do assassinato de Dom Oscar Arnulfo Romero, Arcebispo de San Salvador (24 de março de 1980), que será beatificado no próximo dia 23 de maio. Uma iniciativa para recordar, através da oração e do jejum, todos os missionários que foram assassinados no mundo e os agentes pastorais que derramaram o sangue no testemunho do Evangelho. O dia teve como tema “Sob o sinal da Cruz”, numa iniciativa do Movimento Juvenil Missionário das Pontifícias Obras Missionárias da Itália. 
Só para termos uma ideia da situação desse drama, de acordo com a agência Fides nos últimos 34 anos, 1062 agentes pastorais perderam a vida “de modo violento”, 242 dos quais durante o genocídio de 1994 em Ruanda. Dados relativos a 2014 registram a morte de 26 missionários, entre os quais sacerdotes, religiosos, religiosas, 1 seminarista e 1 leigo. A violência teve maior impacto no continente americano, onde foram mortas 14 pessoas ligadas à Igreja Católica.
Tempos atrás o Papa Francisco afirmara que estamos vivendo uma época na qual temos mais cristãos mortos por causa da fé em Cristo do que no período dos primeiros séculos da Igreja. Já na sua carta para o Terceiro Milênio, o Papa João Paulo II se referia a uma realidade do século XX: estamos diante de um novo tempo de mártires, talvez o maior da história do cristianismo, pois nunca tantas pessoas sofreram por serem fiéis à sua fé. Nem todos morreram, mas milhões vivem sua fidelidade na insegurança e na privação. Vivem com o temor de que na noite batam à sua porta e expulsem de suas casas como se fossem nada.
As notícias que nos chegam de várias partes do Oriente Médio descrevem o drama de irmãos nossos que, pelo simples fato de serem cristãos, são perseguidos, torturados, assassinados. São muitos os exemplos; desde os cristãos na Síria e Iraque aos coptas no Egito. Mas também realidades no continente americano onde muitos “homens de Deus”, sacerdotes e leigos derramaram o seu sangue para defender a dignidade do irmão e serem testemunhas do Evangelho.
Vieram-me em mente diante deste quadro de nossos irmãos sofredores, pintado muitas vezes pelo sangue derramado, as palavras que o Papa Francisco mais de uma vez pronunciou em suas homilias matutinas na Casa Santa Marta, mas também nas Audiências Gerais e nos Angelus sobre os desafios de ser cristão.
Para os nossos irmãos perseguidos, o maior desafio é confirmar a sua fé, muitas vezes, diante da morte certa. E para nós que vivemos em realidades “graças a Deus”, mais tranquilas, qual é o desafio de sermos cristãos?
Francisco já falou de cristãos de sofá, cristãos de museu, cristãos de fachada, cristãos de confeitaria, mas eu gosto de uma expressão que ajuda a refletir a dimensão da palavra, cristão: o cristão deve espalhar pelo mundo o sal que é dado pelo Senhor, fazendo com que a vida tenha seu verdadeiro sabor.
O sal dos cristãos deve fazer sentir o verdadeiro sabor da vida e não apenas o gosto do sal. “O sal tem sentido quando dá sabor às coisas. O sal mantido num recipiente, disse Francisco, com a humidade, perde força”. O sal que recebemos deve ser doado, para dar sabor. Do contrário, se torna insípido e não serve.
Mas o sal tem também outra particularidade: quando bem usado, todos nós sabemos, não se sente o seu gosto, sente-se o sabor do alimento: o sal ajuda que o alimento seja mais saboroso. Esta é a originalidade cristã!
De acordo com o Papa, o sal deve ser usado de duas formas: primeiro, dar o sal a serviço das refeições, ou seja, a serviço das pessoas, a serviço dos outros; segundo, a transcendência para o autor do sal, o Criador, através da oração e da adoração. Ação e oração.
Muitos católicos afirmam que para ser cristão basta ir à missa aos domingos. Entretanto, e nos recordam os nossos pastores, o compromisso vai além das portas da Igreja. O cristão que se diz cristão e age como tal é aquele que se preocupa com o próximo, olha para as suas necessidades, caminha ao lado, não aceita as injustiças.
Devemos ser sal, e como os nossos irmãos que hoje são perseguidos e não abandonam a sua fé, devemos ser testemunhas e sinal de esperança. E para ser cristão é preciso, antes de tudo, ser “humano”. Quantos cristãos hoje morrem no deserto da sua tristeza, da sua murmuração, do não querer o estilo de Deus, de querer ser só ele.
“Ser cristão é sair de si rumo a Deus”, disse certa vez Francisco; o bom cristão sai, está sempre em saída: está em saída de si mesmo, em saída rumo a Deus; está em saída rumo aos outros para levar a mensagem de salvação. É tempo de Quaresma, tempo de conversão, tempo de sair de nós mesmo e do nosso mundinho para encontrarmos o irmão que sofre e ser testemunha do amor de Deus. Neste momento, em todo o mundo são muitos os que dão esse testemunho, até a efusão do sangue.
Estamos para iniciar a Semana Santa, durante a qual meditaremos a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Vamos viver esta semana como verdadeiros cristãos, recordando-nos sempre de nossos irmãos que padecem por causa da fé. Confiemos no Senhor, pois a vida de um cristão só é possível através da fé n’Aquele que tudo pode e tudo faz.
E que a Páscoa de Cristo, para a qual nos preparamos nesta Quaresma, seja também para nós o início de uma vida nova, aberta ás sugestões do Espírito – a própria Ressurreição; Boa Semana Santa a todos. (Silvonei José)
http://br.radiovaticana.va/news/2015/03/28/editorial_a_for%C3%A7a_da_f%C3%A9/1132741
Nota do Moderador desse blog, sobre a materia em exposição

Julio Cesar disse:

Vamos lá:

Primeira Leitura (Sb 2,1a.12-22)

Leitura do Livro da Sabedoria.

1aDizem entre si os ímpios, em seus falsos raciocínios: 12“Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina.

13Ele declara possuir o conhecimento de Deus e chama-se ‘filho de Deus’. 14Tornou-se uma censura aos nossos pensamentos e só o vê-lo nos é insuportável; 15sua vida é muito diferente da dos outros, e seus caminhos são imutáveis.

16Somos comparados por ele à moeda falsa e foge de nossos caminhos como de impurezas; proclama feliz a sorte final dos justos e gloria-se de ter a Deus por pai. 17Vejamos, pois, se é verdade o que ele diz, e comprovemos o que vai acontecer com ele. 18Se, de fato, o justo é ‘filho de Deus’, Deus o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos. 19Vamos pô-lo à prova com ofensas e torturas, para ver a sua serenidade e provar a sua paciência;20vamos condená-lo à morte vergonhosa, porque, de acordo com suas palavras, virá alguém em seu socorro”.

21Tais são os pensamentos dos ímpios, mas enganam-se; pois a malícia os torna cegos, 22não conhecem os segredos de Deus, não esperam recompensa para a santidade e não dão valor ao prêmio reservado às vidas puras.

“Tempos atrás o Papa Francisco afirmara que estamos vivendo uma época na qual temos mais cristãos mortos por causa da fé em Cristo do que no período dos primeiros séculos da Igreja. Já na sua carta para o Terceiro Milênio, o Papa João Paulo II se referia a uma realidade do século XX: estamos diante de um novo tempo de mártires, talvez o maior da história do cristianismo, pois nunca tantas pessoas sofreram por serem fiéis à sua fé. Nem todos morreram, mas milhões vivem sua fidelidade na insegurança e na privação. Vivem com o temor de que na noite batam à sua porta e expulsem de suas casas como se fossem nada”. – E porque é assim desse jeito? – Porque tanta maldade? Porque tanta falta de amor? Tantos assassinatos? Tanto sangue inocente? Porque? Enquanto nós estivermos nesse mundo, teremos que lutar, para não ser tragado por ele, por suas coisas, suas fantasias.

Há uma luta sendo travada dentro de nós contra as nossas vontades. A nossa carne é avessa à beleza de Deus. A nossa carne prefere ser alimentada pelo pecado. E o demônio, como sujo, sabendo de nossas fraquezas, fará de tudo para explorar essa realidade, nos apresentando as ocasiões de pecado.

O mundo é avesso a Deus e aos seus seguidores. Por isso, encontramos tantas maldades, tanta falta de amor para com o próximo. Enquanto o homem NÃO tiver um encontro pessoal com Deus ele nunca vai ser diferente. Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida. Tudo o que buscamos no mundo e nas pessoas e não encontramos tudo, tudo mesmo estar em Jesus Cristo.

O demônio que é invejoso, que perdeu tudo, deseja que os filhos de Deus também percam. Para isso, encontra nos corações de muitos homens, um local certo, frio, indiferente, para plantar a semente do mal. O mal não tem a ultima palavra. Deus tem a vida em suas mãos. E esses nossos irmão, caídos no solo fértil de Santidade, não perderam nada. Ao contrário, ganharam tudo, ganharam a vida eterna. Deram um sentido novo em suas vidas. Não foram e nunca serão desse mundo. São cidadão do céu. Gozam agora de uma felicidade jamais vista ou sentida por qualquer mortal.

Por medo, não podemos negar a vida eterna e nem o autor dela, que é Deus. Não podemos negar o amor de Jesus Cristo, e nem negar a sua presença em nós e na Eucaristia. Jesus Cristo, é um louco por nos amar tanto assim. Não nos deixou sozinho, ele estar dentro do mais intimo de nós. Veio, e se uniu a mim na Eucaristia: Sangue no Sangue, Carne na nossa carne.

Esses nossos irmãos morreram, porque creram em um amor real, e não é um amor mundano, sem sentido. Há um amor que brota dentro de nós, que nos faz vivos e felizes. Um amor real que é Cristo. Ele estar vivo, ele Reina, ele nos ama, estar sempre nos esperando. Nada nesse mundo, pode nos apartar desse amor, nem a morte, nem o pecado pode romper esse amor de Deus por cada um de nós. Esses homens e mulheres, morreram amando, e estão vivendo no céu amando muito mais.

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