O
número de mulheres que decidiram levar adiante a gravidez após solicitar um
aborto legal no Uruguai cresceu 30% em 2014 se comparado ao ano anterior,
conforme o segundo relatório anual do Ministério da Saúde (MSP) divulgado neste
fim de semana.
O total de abortos legais concretizados subiu 20%, com "8.500
interrupções voluntárias da gravidez", mais do que no mesmo período de
acordo com o comunicado.
Os dados foram coletados "entre dezembro de 2013 e novembro de
2014", explicou neste domingo à Agência Efe a ginecologista e ex-diretora
de Saúde Sexual e Reprodutiva no MSP, Leticia Rieppi, que participou da
coordenação do relatório realizado durante sua gestão, antes da mudança de
governo no país. Em 1 de março, o ex-presidente José Mujica entregou a faixa ao
seu sucessor Tabaré Vázquez.
Para a
médica, a ascensão no número de abortos está dentro do esperado para os
primeiros anos de vigência da lei.
"O que
nos surpreendeu foi o aumento de desistências, o que demonstra que a lei vem
cumprindo seu papel. Não é uma lei que promove o aborto, mas a reflexão. Isso
demonstra que muitas mulheres que solicitam o aborto não têm certeza e que as
consultas obrigatórias com a equipe interdisciplinar, formada por psicólogos e
assistentes sociais, além do ginecologista, estão sendo efetivas", disse
em alusão ao procedimento determinado pela legislação no qual a mulher tem
cinco dias para pensar antes de prosseguir com o pedido.
Sobre o
número de abortos concretizados, o Ministério informou que se trata de uma
relação de 12 para cada 1.000 "mulheres entre 15 e 45 anos, sendo
porcentagens que estão abaixo dos níveis internacionais que se conhecem, como,
por exemplo, nos países nórdicos".
Os
resultados do relatório também dão conta de que 18% das mulheres que buscam o
procedimento correspondem a menores de 20 anos. Nesse sentido, Leticia
contrapõe que "uma a cada cinco adolescentes no Uruguai é mãe".
"Se
fala muito sobre gravidez precoce e parece que as adolescentes são condenadas
tanto quando abortam quanto quando não o fazem", opinou.
De acordo
com registros oficiais, 60% dos abortos ocorreram em Montevidéu e os demais no
interior do país e nenhuma morte aconteceu no período de vigência da nova lei.
"O MSP
continuará potencializando o acesso à informação de métodos contraceptivos, de
modo a não chegar tarde para promover e facilitar a decisão voluntária da
maternidade", concluiu o comunicado.
A lei de
interrupção voluntária da gravidez está em vigor no país desde o final de 2012.
Na América
Latina, essa possibilidade amparada pelo sistema de saúde só existe na capital
mexicana, em Cuba, Guiana e Porto Rico, além de no Uruguai.
http://noticias.terra.com.br/mundo/america-latina/uruguai-apos-legalizacao-desistencia-de-abortos-sobe-30,2e4163764976c410VgnCLD200000b1bf46d0RCRD.html
Nota do Moderador desse blog, sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:
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