Nada mais concreto que a fé para impelir as pessoas a mudarem o traçado do destino. Gabriella largou a faculdade de Medicina. Niedja rompeu o relacionamento amoroso que já beirava os 18 anos de convivência. Adler se desgarrou das farras regadas a sabe ele o quê. Jovens missionários da Comunidade Católica Shalom, eles fizeram voto de castidade, obediência e pobreza. Optaram pela vida celibatária. Dizem, em uníssono, terem atendido a um “chamado de Deus”.
À revelia do consumo egoísta que reina por aí – sejamos francos –, Gabriella Dias conta que, desde pequena, só entendia a felicidade na doação. Fruto da educação dos pais. “Cresci ligada à religião. Estudei em colégios católicos e meus pais me educaram muito para o cuidado com o outro”. Fez Medicina com esse objetivo. Deixou o curso também com esse objetivo. Foi aos 19 anos, depois de dois anos participando de um grupo de oração do Shalom.
“Eu ia ao encontro de jovens em situação difícil de vida, nas drogas, nas ruas. Então, me senti prontamente atraída a ser missionária e celibatária, a me doar a Deus com exclusividade. Seria essa minha contribuição. Medicina também é um sacerdócio, mas já há muitos médicos no mundo. Deus me chamou ao celibato”, define Gabriella.
Com esse chamado, a menina fez voto de pobreza, castidade e obediência. Deixou a casa da família em Natal, todos os pertences e, desde então, trabalha em missões de evangelização, que já a levaram à França, à Espanha, a Salvador e a Pacajus. Hoje, aos 35 anos, é a responsável pela comunidade do Shalom, em Fortaleza. Mora numa das casas comunitárias dessa igreja e vive de doações.
“Eu poderia ter escolhido ser o tipo de missionária que opta pelo matrimônio ou que tem uma vida paralela fora da igreja, mas minha vocação é o caminho explícito de doação. Tenho isso de forma muito clara. Doarei meu amor não a quem poderia escolher pelo casamento, não a filhos gerados por mim, mas a quem Deus colocar ao meu lado. Ser celibatário é um sinal de amor”, afirma.
Crescimento
Assim como a missionária Gabriella, já são 210 homens e mulheres que fizeram a consagração perpétua no Celibato pelo Reino dos Céus, de acordo com a responsável pela animação da vivência do celibato do Shalom, Tereza Brito. Segundo ela, a Comunidade Católica Shalom abriga, em suas residências, os “três estados de vida”: casais, sacerdotes e celibatários. Mas os números deste último têm sido crescente.
Na última consagração, em dezembro, foram mais 45 pessoas que se consagraram celibatárias. Outros cem caminham nesse sentido. “Enquanto o mundo chama para o hedonismo, cada vez mais essa radicalidade atrai os jovens ao celibato. Até porque eles veem que os celibatários vivem ‘normalmente’. Só para começar, não usamos hábito”, avalia Tereza, celibatária há 21 anos.
A missionária Gabriella também acredita que a aproximação entre os jovens que entram na comunidade e os celibatários contribui para esse número crescente. “No dia da minha consagração, minha mãe perguntou se estava na moda ser celibatário, de tanto jovem que estava se consagrando. É que muitos se encantam quando veem que há uma vida diferente de se formar numa faculdade e casar, em que as pessoas não estão frustradas ou enclausuradas. Vestimos calça jeans e tênis. Somos felizes”.
ENTENDA A NOTÍCIA
É crescente o número de celibatários consagrados na Igreja Católica. São jovens que fizeram voto de pobreza, castidade e obediência, deixaram noivado, faculdade e família e agora se dedicam à evangelização.
Serviço
Comunidade Católica Shalom
Site: www.comshalom.org
http://www.opovo.com.br/app/opovo/fortaleza/2013/01/05/noticiasjornalfortaleza,2983234/a-historia-de-jovens-que-decidiram-ser-celibatarios.shtml#.Vo7MA0Ruk4w.facebook
Nota do moderador desse blog sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:
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