sábado, 9 de janeiro de 2016

Os valores do brasileiro



O que consideramos moralmente aceitável ou condenável na relação conosco mesmos, com os demais, com o espaço público? Pesquisadores como Carlos Alberto Almeida, autor de A cabeça do brasileiro, já se dedicaram a esse tema, mas uma nova pesquisa joga mais luzes sobre nosso comportamento. “Moral e ética: quais são os valores que norteiam os brasileiros?”, da empresa Flyfrog, apresentou 34 frases aos entrevistados e pediu que eles as classificassem tendo como critério a gravidade das atitudes descritas. O resultado traz motivos tanto de esperança quanto de preocupação.
Em primeiro lugar, é de se comemorar o fato de o comportamento mais rejeitado ser o de fazer ou ajudar em um aborto. Na pesquisa, quanto maior a pontuação, mais condenável é o comportamento; quanto menor, mais aceitável ele é – o “ponto de equilíbrio” é a nota 1. O aborto ganhou dos brasileiros a nota 8,31, rejeição muito maior que a de qualquer outra situação descrita na pesquisa (agredir uma mulher teve nota 3,80 e não prestar socorro ficou com 3,18). Isso significa que, apesar de todas as campanhas e da pressão midiática, o brasileiro continua a perceber de forma inequívoca a crueldade da eliminação de um ser humano indefeso e inocente no ventre da mãe.
E o resultado não pode ser atribuído à prevalência da “moral cristã”, como afirmou o coordenador da pesquisa, o sociólogo Rodrigo Toni. Afinal, a discussão sobre o aborto não é religiosa, e sim ética. Bem o sabia Norberto Bobbio, que não tinha crença religiosa e, em 1981, em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, foi preciso: “Eu me surpreendo que os não crentes deixem aos que creem o privilégio e a honra de afirmar que não se deve matar”.
No entanto, a pesquisa revela outros aspectos preocupantes. A traição a um parceiro teve nota 0,47, ou seja, entraria na lista dos comportamentos aceitáveis. Mas, quando a traição – ou seja, a mentira – é vista como algo corriqueiro e moralmente aceitável, fica desmontado o alicerce sobre o qual se baseiam todos os relacionamentos. Afinal, se enganar até mesmo um parceiro amoroso não é algo malvisto ou criticável, o que se dirá de relações de amizade ou profissionais? Defender que os relacionamentos se baseiem na fidelidade e na verdade não é moralismo; é manter a convicção de que uma sociedade saudável só pode ser construída sobre a confiança mútua.
A aceitação da traição reflete uma mentalidade individualista, em que o único critério válido para a avaliação moral é o benefício próprio. Essa convicção se reflete na tolerância com outras ações, como a aquisição de produtos roubados (nota 1), fazer “gatos” (nota 0,23), oferecer suborno (nota 0,6) ou aceitá-lo (nota 0,86), ou furar fila (nota 0,06). Esses são comportamentos que vão muito além da epiqueia aristotélica (que consiste em contornar leis e regulamentos exagerados ou injustos e na qual se baseia boa parte do “jeitinho brasileiro”); a pesquisa mostra que o brasileiro está tolerante com uma série de pequenas corrupções que prejudicam outras pessoas ou negam o que é devido aos demais, seja indivíduos ou empresas.
Não se trata de considerar todos os comportamentos errados como igualmente graves – a moral não se resume ao preto e branco: seria absurdo considerar o furto igual ao homicídio, ou considerar o roubo de uma pequena quantia tão grave quanto o desvio de milhões dos cofres públicos. O problema, aqui, é outro: o brasileiro está fazendo uma gradação, mas nela está tratando como aceitáveis ações que não deveriam sê-lo. E ver como aceitáveis as pequenas corrupções amortece a consciência, abrindo espaço para tolerar ou cometer também as grandes corrupções.
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/os-valores-do-brasileiro-3tttmr7wrs0im2feyfvg3n7kv
Nota do moderador desse blog sobre a materia em exposição
Julio Cesar disse:

Não podemos viver o mais ou menos. Ou, esse aqui se faz de um jeito, o outro não. Ou tudo, ou nada. Se, consideramos imoral, e doentio o ASSASSINATO de crianças no ventre de suas mães(aborto), devemos colocar na mesma linha de pensamento nossa, as outras coisas também que são erradas. O que é errado é errado. Não tem essa historia de jeitinho brasileiro não. Ou, só por hoje, e amanhã não.

Achamos que essas coisinhas não tem nenhum impacto em nossa vida, e por isso, são menos nocivas. Tudo o que é de ruim, vai correndo o meu coração, minha consciência. É um fechamento de si mesmo. É o sempre o meu EU estar em primeiro, e o outro não. É sempre, e por prioridade as minhas necessidades, e a do outro não. Sem querer, querendo, vamos nos tornando copias para os demais. Não é porque o fulano se “deu bem” agindo assim, que acredito que também possa mim “dá bem”. Somos imagem e semelhança de Deus. Deus não é corrupto, assassino, mentiroso. Deus é Santo.

As nossas vontades foram desordenada pelo pecado de Adão e Eva. Queremos mais a desobediência, a inclinação para as coisas erradas, do que para as certas. Temos medo de lutar. Arriscamos a nossa vida em aventuras loucas, viagens, jogos, amores, guerras, e não queremos ser Santo, como Deus é Santo. É difícil entender essa loucura. Para Deus, ninguém arrisca a vida em vão. Ou, ninguém faz viagens malucas, sem destino. Para Deus, vivemos uma vida ordenada. Tudo passa a ser verdade, com equilíbrio. Isso é serio. Quando penso somente em mim, não ajudo o próximo. Ou, se ajudo o próximo, é sempre com interesses depois. Temos que parar com isso. Estamos colocando em risco a nossa salvação.

O nosso casamento, NÃO pode ser uma sala de festa, onde todo mundo faz o que bem entende. O nosso casamento, não pode ser lugar para que habite o pecado. Quando permito que o meu casamento seja um lugar de pecado, o demônio vai destruindo tudo. E, quando decidimos acordar, olharemos para trás, e o que veremos, será um rastro de grande destruição. O nosso corpo, não pode star exposto ao ridículo. O nosso corpo tem vida, tem alma. Quando coloco o meu corpo para ser vivido de forma errada, além de banalizar a beleza que ele representa, eu mato a sua essência, e sua verdade. 

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