sábado, 19 de março de 2016

Digamos ‘não’ à corrupção e mantenhamos a unidade para mudar o país, pede Dom Orani


Rio de Janeiro, 18 Mar. 16 / 08:00 pm (ACI).- “É hora de mantermos a unidade nacional, a fim de, unidos, vermos o triunfo do bem nesta Terra de Santa Cruz”. É o que afirma o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta em recente artigo no qual lança “Um olhar sobre a realidade”.
Em seu texto, o Arcebispo observa que “o Brasil atravessa um difícil momento de crise política, institucional e ética, que não deixa indiferente ninguém de nós. Ao contrário, pede-nos oração e reflexão”.
Para o Cardeal, “se de um lado há um despertar das pessoas para agir na sociedade, de outro há também situações de conflitos preocupantes”. Diante disso, deixa um alerta: “Ao querer o bem do país, devemos procurar fazê-lo bem também”.
“Em tempos como estes – ressalta o Purpurado –, os homens da Igreja são chamados a dar uma palavra de apoio e incentivo a todos os filhos e filhas desta amada nação que – queiramos ou não – nasceu sob o signo da Cruz do único e divino Redentor do gênero humano”.
Assim, o Cardeal recorda que as raízes religiosas do Brasil “dão base à unidade nacional de Norte a Sul, de Leste a Oeste, sempre dentro do respeito às diferentes denominações religiosas ou mesmo às pessoas ou grupos que afirmam não ter religião”. Isso, conforme indica, “constitui um Estado que se confessa laico no sentido exato do termo, mas não laicista”.
Neste contexto, lembra que “a chamada questão social jamais será resolvida se nos esquecermos dos valores humanos e evangélicos, pois ela é uma questão do homem e da mulher dos nossos tempos com fome e sede do Absoluto ou de Deus”. Ou seja, o Arcebispo assinala que uma reforma social deve passar primeiramente pela transformação do coração humano.
“Qualquer reforma social que não parta da própria reforma interior de cada um de nós está sujeita aos mais vergonhosos fracassos, como já ficou comprovado em diversos países que tentaram destronar Deus para colocar em Seu lugar qualquer outra coisa ou pessoa no campo social e político”, acrescenta.
Além disso, Dom Orani ainda aponta dois elementos essenciais para um povo que se diz “civilizado”: “o respeito à vida desde a sua concepção até o seu natural ocaso” e o respeito à família.
“Ora, sem o respeito à religião, à vida e à família não se pode, de modo algum, construir uma sociedade verdadeiramente próspera e respeitável. Todos os artifícios de progresso serão uma quimera, que cedo ou tarde acabarão por ruir”, declara.
Em uma sociedade em que essas questões não sejam respeitadas, “a falta de ética na vida pública, especialmente no exercício de um mandato público eletivo”, conforme indica o Cardeal, “é mera consequência”.
Dom Orani, então, questiona: “Se não se respeita a fé alheia, a vida, a família etc., que se pode mais esperar? O triunfo ou o fracasso?”.
“Ausente de Deus, na prática a pessoa se julga um deus acima de tudo e de todos, e exige para si prerrogativas especiais acima dos demais seres humanos comuns”, afirma, ressaltando também que “o sonho desmedido e perpetuado de poder não combina com democracia e com progresso em nenhuma parte do mundo”.
“Um Estado que se pretendesse totalitário, sufocador e abocanhador das demais instituições – avalia –, não conseguiria prosperar a não ser pelo império do medo e das ameaças, ou jogos sujos de atirar uns contra os outros e enquanto esses menos avisados brigassem aqui embaixo, os poderosos continuariam imunes lá em cima, usufruindo dos benefícios lícitos que o cargo lhes dá ou dos ilícitos tirados especialmente dos mais necessitados”.
Com essas observações, Dom Orani Tempesta chama a atenção para a atual situação de crise política enfrentada no Brasil. Frente a este cenário, declara, “devemos dizer que o momento é grave e requer o despertar e o aliar-se de todas as forças vivas da Nação, a fim de, juntos, dizermos um forte e rotundo ‘Não’ à corrupção, venha ela de quem vier e de que esfera ou natureza for”.
Por outro lado, indica que é também preciso “dizer ‘Sim’ à união de todos os homens e mulheres, independentemente de seu time de futebol, da sua cor de pele, da sua condição social ou de quaisquer outras pequenas diferenças acidentais, a fim de que o mal seja combatido com seriedade, dentro da lei e da ordem e, sobretudo, sem ódio ou revolta contra quem quer que seja, nem luta entre classes”. “Somos todos irmãos em Cristo Jesus!”, sublinha.
“Portanto, irmãos e irmãs, que todos nós – católicos, cristãos ou homens e mulheres de boa vontade em geral – apoiemos a melhoria desta grande Nação brasileira de modo firme, mas, ao mesmo tempo, cordato e pacífico, sem ódio ou incitações a revoltas. Já temos violência demais! E, assim, Deus nos abençoará com as mais copiosas graças celestiais”, completa, ao concluir pedindo a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.
http://www.acidigital.com/noticias/digamos-nao-a-corrupcao-e-mantenhamos-a-unidade-para-mudar-o-pais-pede-dom-orani-72981/

Arcebispo de Belo Horizonte: política brasileira vive situação de caos baseada na idolatria do dinheiro




BELO HORIZONTE, 18 Mar. 16 / 04:00 pm (ACI).- A negação da primazia do ser humano e a idolatria do dinheiro estão na base de uma situação de caos que perpassa a política brasileira, conforme assinalou o Arcebispo de Belo Horizonte (MG), Dom Walmor Oliveira de Azevedo em recente artigo, intitulado “Trevas cobriam o abismo”.
Ao fazer uma comparação com o início do Livro do Gênesis – o qual narra: “A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam o abismo...” –, Dom Walmor Oliveira de Azevedo constata que a política partidária do Brasil “instalou incontestavelmente o caos na sociedade”.
“Não paira, absolutamente, o Espírito de Deus no mundo da política”, afirma o Prelado.
De acordo com ele, a atual situação de escuridão gera um “’salve-se quem puder’ que passa por cima do bem comum como um trator”. E, para agravar este “caos”, “não há esperança de que a política partidária consiga, rapidamente, oferecer contribuições para os rumos da nação”.
“A lista de desmandos, escolhas absurdas, interesseiras e manipulações é interminável”, enumera o Arcebispo, recordando que se comenta, “em muitas esferas da sociedade, sobre a expectativa do surgimento de um líder político capaz de gerar agregação e apontar novas direções”.  Porém, assinala, “isso parece ser difícil de ocorrer, justamente pelo atual cenário vivido pela política partidária”.
Dom Walmor relembra “as palavras do Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica Alegria do Evangelho, quando se refere à nova idolatria do dinheiro”. De acordo com o Prelado, “o caos vem dessa idolatria”.
“O Papa Francisco afirma que ‘uma das causas desta situação está na relação estabelecida com o dinheiro porque aceitamos pacificamente o seu domínio sobre nós e nossas sociedades’. Essa verdade explica os desajustes no tecido da cultura, que delineia a identidade da sociedade e influencia suas direções”, declara.
Para o Arcebispo, “o Papa Francisco oferece a chave de interpretação desse caos instalado que produz, por exemplo, a crise financeira”, ao mostrar que “a base da desordem é a negação da primazia do ser humano”.
“O desejo de ocupar cargos públicos – observa Dom Walmor – não vem acompanhado do sentido cidadão mais profundo de ajudar decisivamente na construção de uma sociedade solidária e justa”.
Ele analisa que se trata “de interesse doentio pelo dinheiro, para alimentar ilusórias sensações de poder e segurança. Uma ambição que produz essa economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano”.
“A idolatria do dinheiro – alerta o Arcebispo – é perigosa, gera ilusões e desgasta o mais nobre sentido da política, que é promover o bem comum”.
Este cenário de caos, assinala Dom Walmor, requer uma luz que brilhe “para iluminar essas trevas”.
“E de onde ela pode vir?”, questiona, respondendo em seguida: “Em primeiro lugar, da corresponsabilidade e seriedade cidadã de cada indivíduo. Sistemicamente, essa luz pode e precisa brilhar com o fortalecimento, em seriedade e audácia, dos diferentes segmentos da sociedade – empresarial, religioso, judiciário, acadêmico e intelectual, artístico e outros mais”.
“Que venha de todas as pessoas e grupos, pelo compromisso com o bem, a justiça e a verdade, essa a luz que tem a força para resgatar o país do caos”, conclui.
http://www.acidigital.com/noticias/arcebispo-de-belo-horizonte-politica-brasileira-vive-situacao-de-caos-baseada-na-idolatria-do-dinheiro-81620/

Para Dom Odilo, atual crise revela certa fragilidade do governo




SÃO PAULO, 18 Mar. 16 / 12:30 pm (ACI).- Um momento político de preocupação e delicado. Assim o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, classificou o atual contexto vivido pelo Brasil, durante entrevista coletiva concedida na quinta-feira, 18, e vídeo divulgado em seguida em sua página no Facebook.
Ao receber a imprensa na Cúria Metropolitana no tradicional encontro para falar das celebrações da Semana Santa, o Arcebispo também comentou a crise política nacional e a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.
Lula foi empossado ministro-chefe da Casa Civil na manhã de quinta-feira, 18. Entretanto, minutos depois da cerimônia, uma decisão liminar do juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara do Distrito Federal, suspendeu a nomeação. Esta suspensão foi derrubada na noite de ontem pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Cândido Ribeiro. Mesmo assim, o ex-presidente ainda não pode exercer sua nova função, porque outra decisão da juíza Regina Coeli Formisano, da 6ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro, também o suspendeu do cargo.
“Eu vejo o atual momento político brasileiro com preocupação visto as situações que se criaram de incertezas, de instabilidade, até de manifestações com certo risco de violência – que graças a Deus até aqui foram muito contidas”, expressou o Purpurado.
Para Dom Odilo, esta crise é, por um lado, “fruto do acirramento das posições políticas” e, por outro, resulta “das investigações sobre fatos de corrupção, de desvios, de finalidade na administração pública”.
Este cenário, conforme assinala, “vai criando uma situação de descredito, de indignação”.
O Arcebispo expressou ainda ter a impressão de que o atual momento “revela certa fragilidade do atual governo, inclusive em decisões importantes a tomar”. Como exemplo, citou nomeação do ex-presidente Lula para a chefia da Casa Civil.
“Evidentemente, a presidente Dilma e seus assistentes têm todo o direito de tomar suas decisões, porém, a sociedade está vendo com olhares diferentes esta decisão”, declarou o Cardeal, para quem esta “não foi a melhor coisa a se fazer” no atual “momento da história e do governo que estamos vivendo”.
Em meio à esta crise, porém, Dom Odilo destacou como “um fato certamente promissor” o “amadurecimento político das instituições brasileiras, do sistema democrático e até mesmo da população brasileira”.
“A população brasileira está com vontade de falar, de participar. Ela não está alheia, não está apática à situação política. E isso é bom, é sinal de um crescimento da consciência política e da consciência democrática, inclusive com as manifestações, digamos, de diferentes tendências, mas no devido respeito também à ordem legal, democrática e pública”.
Por outro lado, pontuou como positivo também a forma como as instituições estão lidando com tal situação, de maneira “firme, atravessando essa crise com maturidade, lutando pela isenção e pela autonomia dos poderes democráticos da República e tentando exercer, cada uma, a sua função”.
“Isso – avaliou o Cardeal – sem dúvida é fundamental para a normalidade democrática e para garantir a ordem democrática no futuro”.
Por fim, Dom Odilo expressou seus votos de que o “Brasil consiga superar, amadurecido, este momento de crise e também a crise econômica, que está pesando já bastante fortemente sobre a população, possa também encontrar uma solução”.
http://www.acidigital.com/noticias/para-dom-odilo-atual-crise-revela-certa-fragilidade-do-governo-47801/
Nota do moderador sobre a materia em exposição 


Julio Cesar Carneiro disse:


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