”Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.” (Is 53, 4-5)
Paixão de Jesus
A gratidão não é somente quando recebemos algo; quando alguém faz uma experiência com Deus, a gratidão toma conta do coração dessa pessoa.
Ontem celebrávamos a Paixão de Jesus, nós O vimos e O adoramos na cruz, mas hoje Ele está no sepulcro. Jesus foi resgatar os que estavam perdidos, e o primeiro foi Adão. O culpado foi absolvido no dia de hoje. Então cada um de nós, a partir dessa leitura de Isaías, pode dizer: eu era culpado, mas a partir desse Sábado Santo, eu sou absolvido.
Diga assim: “obrigado Senhor, por tudo o que o Senhor fez por mim, eu era culpado e hoje posso dizer: sou absolvido; eu era réu e hoje não estou mais no julgamento, pois o Justo Juiz, pagou, levou sobre si os castigos que eram meus, os castigos que eu teria que pagar, ele levou sobre si.”
O versículo 4, primeiramente, diz que eram os nossos sofrimentos e as nossas dores que Ele levava nas costas. Mas você pode perguntar: “como Ele levou meu sofrimento, se eu sofro ainda hoje? Como levou as minhas feridas se eu carrego minhas feridas ainda hoje?”
Alguém sofre aqui? Quem não sofre? Mas como Ele levou os nossos sofrimentos?
Pensa na tua vida e fala assim: “não tem lógica isso aqui.”
Pergunte para Deus: “Deus, se o Senhor levou os meus sofrimentos, por que eu ainda sofro? se o Senhor levou as minhas dores, por que ainda sinto tantas dores? a angustia, quando alguém me trai, alguém me abandona, por que me sinto tão carente? se o Senhor levou, o Senhor fez um trabalho mal feito?”
Entenda seus sofrimentos
Vamos entender. Em Jesus os nossos sofrimentos, não é que somem – coloque agora a imagem da cruz no teu coração, na tua memória; em Jesus os nossos sofrimentos não passam, mas por Ele ter sofrido, e lembre da cruz, o sofrimento toma caráter de salvação. Jesus poderia ter morrido velhinho, de morte natural. Se era para com a sua morte, com a morte de Deus, nos levar á ressurreição, Ele poderia ter morrido velhinho. Mas, por que a morte de Jesus foi tão dolorosa? O próprio Isaías diz: Ele foi uma chaga viva, estava desfigurado por conta dos seus sofrimentos. Ele leva os nossos sofrimentos, sem sentido para Ele, para trazer sentido aos nossos sofrimentos. Ele quis mostrar a mim e a você que o sofrimento faz parte da vida. Mas uma coisa é sofrer sozinho e outra é sofrer com Aquele que sofreu por mim e por você.
Vivemos no mundo hedonista, e hedonismo é viver o prazer pelo prazer; e aqui não digo somente o prazer sexual, mas o prazer da beleza, que faz a pessoa tirar uma costela para ter uma cintura fininha, daquela que coloca silicone pra chamar a atenção, do prazer das drogas, o prazer de comer. Nós estamos em uma sociedade com medo do sofrimento e por isso está desenfreada. Claro que ninguém quer sofrer, claro que queríamos que essa palavra de Deus fosse total, “leva senhor minha dor, leva esse sofrimento, leva de uma vez” mas não é isso. É para olhar para a cruz e pensar: “Ele sofreu, por que eu não hei de sofrer? Pelo sofrimento dEle, Ele nos trouxe a salvação, pelo meu sofrimento eu irei ser salvo.”
Consequências de uma vida de prazer
Numa sociedade hedonista, que busca o prazer pelo prazer, nos tornamos pessoas fracas nas decisões. Não quero tomar uma decisão final, pois o fim pode ser dolorido. Por isso que temos casamentos fracos, que não vão pra frente. Somos uma geração que não tem coragem de assumir uma decisão definitiva. Por isso que muitas pessoas não casam e vivemos hoje um fenômeno de eternos adolescentes, porque são pessoas que não tomam decisões adultas e vivem com mais de 40 anos na casa da mamãe. Muita gente começa a tomar decisão muito lá pra frente. Tudo muito lá pra frente.
Por que? somos uma geração, somos não, retiro essa palavra, estamos em uma geração de medrosos, que não são capazes de assumir as consequência de uma decisão.
Toda decisão traz frustrações e gozo. E pra não ter que lidar com as frustrações, eu fico com a decisão até o momento que ela traz gozo. Quando começam as frustrações eu troco, eu mudo. Aprenda que o sofrimento faz parte da vida.
Em Jesus os nossos sofrimentos fazem parte da vida, mas tomam um sentido diferente, e o sentido é a cruz de Jesus. Mas não tem somente o sofrimento.
Eram as nossas doeres que levava as costas.
Em Jesus a minha dor, a sua dor, é estrada que leva á Deus. A minha dor, seja ela qual for, a sua dor, seja ela qual for, nos aproximam de Deus. Homem das dores, vai dizer Isaías, Mulher das dores, diz a tradição da igreja a respeito de Nossa Senhora. Eu posso andar nessa estrada: como o Senhor sofreu, foi o homem das dores, tome aqui as minhas dores; mas posso tomar a estrada ao contrário, de chegar perto dEle para pedir para Ele tirar as minhas dores.
Quanto mais eu coloco as minhas dores na estrada ao contrário de Jesus, mais estou longe dEle. Você pode estar perto da micro empresa, das contas pagas, mas você é o enganado.
Em Jesus, a minha e a tua dor, aproximam-se de Jesus; é ela que te aproxima. A minha dor com Jesus tem sentido; Ele carrega as nossas dores, para fazer com que as nossas dores não sejam mais um muro de separação, mas se tornem ponte. É pelo meu sofrimento que me aproximo dEle.
Quando vivemos momentos dores?
Na maioria das vezes nos aproximamos de Deus nas dores, mas hoje corremos o risco de nos perder, pois temos inúmeras propostas, basta trocar o canal de televisão e você terá proposta de ser isso, ou aquilo, ser empresário, ter dinheiro, mas não terá Jesus, seu enganado. Isso é pra enganar católico frouxo que não se aproxima de Jesus pela cruz mas quer se aproximar de Jesus pelos milagres, pelas palavras bonitas.
Não existe uma ligação mais íntima, que percorre toda a nossa vida, que vai nos ligar eternamente a Deus, do que o limiar da morte, que significa o meu sofrimento, a minha paixão, é quando eu me aproximo mais de Deus; é quando eu aproximo o meu sofrimento ao sofrimento de Jesus.
Jesus não foi somente um milagreiro, benzedeiro, Ele foi verdadeiro. Somente vai se aproximar aqueles que chegam até o limiar da morte. A tua dor não é a ultima palavra, isso se você estiver com Jesus. Porque a dor não foi a última palavra na vida dEle. Se você estiver com Ele a última palavra é ressurreição, céu, vida eterna; aqui só estamos passando. Quem descarta os bens dessa terra, por causa de Jesus, gozará eternamente dos bens do céu. Você quer se tornar um micro empresário, sendo o enganado, a enganada, ou você quer o céu?
Santa Cruz
Diga assim: “em Jesus, pela sua Santa Cruz, eu sou culpado, porque era eu a estar lá, mas eu sou absolvido, porque ele assumiu o meu lugar.”
A nossa sociedade tem medo da palavra culpa, pois quem é culpado paga o preço. Por isso temos mais vergonha, do que culpa. Quando vamos confessar temos muito mais vergonha dos nossos pecados do que sentimento de sermos culpados por eles. Essa sociedade fraca, essa geração de frouxos, tem muito mais o sentimento de vergonha do que culpa. E o que a Igreja nos ensina a dizer: “confesso a Deus todo poderoso, e a vós irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa”
Somente quem se sente culpado tem o Justo Juiz pregado na cruz. Quem se sente culpado pode olhar pra cruz e se sentir absolvido.
Em Jesus somos culpados e absolvidos. Culpados pois éramos nós a estar lá, mas absolvidos, pois Ele escolheu, por amor, estar lá, no nosso lugar. Ele aceitou livremente, por amor, estar no nosso lugar. Ele não foi um coitadinho, obrigado a ir; Ele foi porque Ele quis, por amor. Nós não somos pessoas tristes, pois o Nosso Salvador não carregou a cruz com tristeza; pois Ele mesmo disse: não é ninguém que tira a minha vida, sou eu quem a dou livremente; e dou por quê? porque amo você. Ele deu a vida livremente porque ele ama você.
Carente, olha pra mim; ô carente, você tem alguém que morreu por você, por te amar loucamente. Deixa de ser carente, querendo amorzinhos. Porque o dinheiro pode ser amor pra você, o poder pode ser amor pra você. Você estando aqui não pode sair dizendo: coitadinho de mim, ninguém me ama, ninguém me quer. Pois Ele morreu por amor a você.
O único julgamento que você entra culpado e sai absolvido é a confissão. Deus não dá o que merecemos, mas sim o que precisamos, que é o Seu amor. O Deus que você experimentou é muito maior que o seu pecado. O castigo que teríamos que pagar, caiu sobre Ele.
Eu sou culpado sim, você é culpado, mas o castigo que era seu, Jesus tomos sobre as Suas costas. Aproximar-se dEle é deixar com Ele o que nos afasta dEle.
O que me afasta dele? O que já está perdoado? Que castigo é esse?
Os castigos que Jesus pagou são sete, e agora, vou dizer para vocês:
Primeiro: o castigo da traição, como de Judas. Todas as vezes que eu traio a Jesus, como Judas traiu, a cruz já pagou. Por isso posso me aproximar dEle de novo. Quando eu traio a Jesus? quando fabrico outro deuses. O deus para Judas era o dinheiro. Quando fabricamos deuses com as nossa próprias mãos, estou traindo Jesus.
Segundo: o da negação, como de Pedro. Quando negamos a Deus esse castigo já foi pago por Ele. Mas só não vamos pagar quando nos aproximarmos dEle, pois se aproximar dEle é deixar com Ele o que nos separa dEle. Como nego a Deus? tem várias maneiras de negar a Deus; quando faço uma experiência com Deus, quando saio de um grupo de oração, e escondo o tau, o crucifixo. Sabe aquela pessoa que vem toda piedosa pra comungar e se ajoelha, mas de uma forma hipócrita, só pra se mostrar, querendo aparecer mais que a Deus? Pode comungar de joelhos sim, mas não obrigue todo mundo a fazer da mesma forma que você, sendo hipócrita, pois os outros tem o direto de comungar em pé também. Aqueles cantores, coordenadores de pastorais que fazem só para se aparecer. Você sabe qual a diferença do pecado de Judas e de Pedro? Eu não sei qual é maior, qual foi pior. A diferença é que um voltou e o outro não.
Terceiro: o da indiferença, como dos outros apóstolos. A palavra de Deus vai dizer que estavam aos pés da cruz, claro, não ignorando Nossa Senhora, Maria de Magdala e a outra Maria, mas dizendo somente dos apóstolos, o único era João. Os apóstolos tinham visto tudo que Jesus tinha feito, ouvido tudo que tinha falado. mas foram indiferentes; não vou nem dizer que foram covardes. Mas o castigo da indiferença, como dos outros apóstolos, já foi pago. Quando sou indiferente com Jesus? quando não O admito como Senhor da minha vida, quando eu O busco nas manifestações milagreiras, quando só O busco quando Ele pode me dar alguma coisa, e quando Ele não pode me dar nada, ou só pode me dar a cruz, eu quero que Ele “se lasque” e me perdoe essa expressão. Volte, pois esse castigo Ele já pagou por você. Esse castigo era nosso, mas Ele já pagou.
Quarto: o da condenação, como dos Sumos Sacerdotes. Não foi Pilatos que condenou; Pilatos deu a sentença. Foram os Sumos Sacerdotes que condenaram e levaram até Pilatos. Quando condenamos a Deus? Quando Ele não faz o que nós queremos. Quantas vezes O condenamos por levar uma pessoa amada? Quantas vezes O culpamos por não fazer aquilo que nós queremos? Ele é tão amor que, mesmo apontando o dedo na cara dEle e dizendo que Ele é culpado por aquilo que estamos vivendo, Ele já pagou esse castigo. Quando condenamos a Deus Ele já nos absolveu.
Quinto: o da conveniência, como Pilatos. Ele foi covarde, foi conveniente das situações. Quando eu sou conveniente? Quando eu falo o que os outros querem ouvir; quando eu faço o que os outros querem que eu faça. Quando tá tudo bem estou do lado de Deus mas quando as coisas apertam vou acender vela pro cão. Católico que frequenta centro de macumba, é conveniente. Pessoa que não tem personalidade. Se a maré é o diabo, vai para o diabo; se a maré é evangélico vai para os evangélicos; se a maré é os católicos, vai para os católicos. Conveniência como Pilatos. Esse castigo você não vai pagar. O castigo que era nosso, Ele já pagou.
Sexto: quando somos interesseiros, como o povo, que gritou “Hosana” e depois “crucifica-O”. Quando somos interesseiros por aquilo que Jesus pode nos dar. Esse castigo já foi pago. Por todas as vezes que somos interesseiros. “O Senhor só entra na minha vida até aqui, daqui pra frente não entra mais. Vou só gritar “Hosana” mas quando o bicho pegar pro Seu lado, vou dizer “crucifica-O”.
Sétimo: o castigo das injúrias, como dos soldados romanos. O castigo de caçoar de Deus, de blasfemar contra Deus, de brincar com as coisas de Deus, assim como os soldados romanos fizeram. Cada vez que blasfemamos, cada vez que proclamamos injúrias, cada vez que fazemos injúrias com o nosso corpo, oferecendo o nosso corpo aos deuses falsos. Essa culpa você não vai pagar. Cada vez que jogamos palavras de maldição, palavras malditas. Jesus já pagou essa culpa.
Nós só precisamos nos aproximar dEle arrependidos. Os castigos que eram nossos, Ele pagou. Mas só vamos receber isso se nos aproximarmos dEle.
Por isso, levante-se e reze, para se aproximar de Deus.
http://eventos.cancaonova.com/pregacoes/o-castigo-que-teriamos-que-pagar-caiu-sobre-ele/
Nota do moderador sobre a materia em exposição
Julio Cesar Carneiro disse:
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