sexta-feira, 29 de abril de 2016

Núncio na Síria: "O grito destas crianças inocentes dever ser ouvido por todos"



Aleppo (RV) – São mais de 200 os civis mortos em uma semana de bombardeios em Aleppo, Síria, enquanto na manhã desta sexta-feira foi atingida uma estrutura de saúde no bairro controlado pelos rebeldes, provocando apenas feridos, após outro hospital ter sido destruído há dois dias. Outras vítimas, ao menos oito, foram provocadas por um ataque atribuído por fontes jornalísticas governativas aos rebeldes. Rússia e Estados Unidos teriam, no entanto, chegado a um acordo para um “regime de silêncio”, a partir de 30 de abril, ou seja, um cessar-fogo de 72 horas para alguns bairros de Damasco, Latakia e possivelmente Aleppo, cidade onde – denuncia a ONU – a situação humanitária é catastrófica. A Rádio Vaticano entrevistou o Núncio Apostólico na Síria, Dom Mario Zenari:

“Eu diria que durante esses cinco anos, infelizmente, a comunidade internacional não conseguiu deter esta violência. No início desta guerra assistimos a tantas discordâncias no seio, por exemplo, do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É preciso observar que se procurou também ter uma certa humanidade, sobretudo em relação às ajudas humanitárias, porém não é ainda suficiente. Estamos diante desta catástrofe humanitária e, realmente, a comunidade internacional, a começar pelas Nações Unidas, pelo Conselho de Segurança, pelos vários organismos, acredito que deverá multiplicar os esforços e as intervenções. Porém, a distribuição das ajudas humanitárias não pode prosseguir, se não cessar a violência. Também neste caso, houve um começo com um certo otimismo em 27 de fevereiro passado, houve um certo ar de esperança também em Aleppo: as crianças começaram a aparecer nas ruas, não caíam bombas... Porém depois, com o que aconteceu nestas últimas semanas, sobretudo em Aleppo, é difícil dizer que a trégua seja ainda eficiente e mesmo que exista. Várias violações da trégua aconteceram aqui e ali em toda a Síria, mas o que está acontecendo nestes últimos dias em Aleppo é realmente impressionante, impressionante! Estou em contato com os bispos de Aleppo, com alguns sacerdotes e todos me dizem que são os dias mais tristes que viram até agora em Aleppo, os mais dolorosos desde quando iniciou esta guerra há cinco anos. O que se viu nestes últimos dias, os bombardeios com mísseis, mortos, feridos, hospitais cheios, sangue por tudo... Realmente é impressionante”.

RV: Nas últimas horas houve os ataques contra este hospital. O Secretário Geral da ONU afirmou que em Aleppo, de maneira geral, existe uma violação injustificável dos direitos humanos....

“É importante observar que, infelizmente, não é somente o hospital que foi atingido. Existem dezenas de hospitais destruídos ou semidestruídos durante estes cinco anos e, além dos hospitais, gostaria de recordar também as escolas. Se assiste a um ignorar completo do direito humanitário internacional e tudo na mais absoluta impunidade, infelizmente. Esta guerra ultrapassou todos os limites, todas as convenções humanitárias. Gostaria de recordar todos estes hospitais, estas escolas, as tantas infraestruturas destruídas e esta impunidade, que faz sim com que estes crimes continuem. Eu gostaria de ser a voz de todos estes prantos, de todos estes gritos que são ouvidos e vistos, sobretudo gostaria de transmitir a voz destas crianças inocentes, que são os mais atingidos por estas atrocidades e que gritam a cada dia porque perderam os pais, porque perderam os irmãozinhos...Então, eu diria, que este grito das crianças inocentes, este sofrimento, devem ser ouvidos por todos!”. (JE/FS)


http://br.radiovaticana.va/news/2016/04/29/n%C3%BAncio_na_s%C3%ADria_o_grito_destas_crian%C3%A7as_dever_ser_ouvido/1226493

Nota do moderador sobre a materia em exposição 



Julio Cesar Carneiro disse: 

"Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada". (São Mateus 10, 34)

Deus não é o autor da morte, e nem fica alegre com a destruição de seus filhos. Cristo é a contradição para esse mundo que não deseja viver a verdade, se não a morte. Triste fim para a nossa humanidade, a humanidade estar doente. Há no ar um odor forte de morte. Tudo cheira a carne em podridão. O mal tem avanços significativos porque encontra em nossa humanidade, no nosso EU, uma porta aberta para suas ações. Quando não existem Santos, pessoas dispostas a ser Sal e Luz para esse mundo, tudo se torna livre e sem obstáculo para o demônio. A barreira para impedir esse mal, é a nossa decisão de sermos Santos. Um mundo Santo, o demônio perderá suas forças. Um mundo que busque o verdadeiro amor, a morte não entra e nem tem a ultima palavra.

"Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te". (Apocalipse 3, 15-16)

Ao olhar para esses irmãos, advindo de muitas partes, sinto vergonha em meu proceder. Sinto que não estou sendo ainda verdadeiramente Santo por eles. Muitos morrer por causa de sua fé, por seres estrangeiros, por terem apenas o direito de viver em paz. Enquanto, ainda continuo a dormir em berço esplendido, vivendo a minha medíocre religiosidade, sem contudo busca a viver-la de forma plena como Cristo a viveu, e assim, ajudando os meus irmãos  a passar por tudo isso. Será que estamos sendo Cristãos de verdade? Será que realmente lutamos pelos direitos certos? Então, como ajudar esses nossos irmãos que sofrem? – Respondo: Oração, Jejum, solidariedade de vida e material(ajuda financeira), saber viver essa vida, sem murmurar, amar e perdoar as pessoas, oferta de vida pelos mais pobres e doentes, os encarcerados, os marginalizados. A morte desses irmãos, não podem passar em vão.

"A injustiça ocupa o lugar do direito, e a iniqüidade ocupa o lugar da justiça. Pus-me então a considerar todas as opressões que se exercem debaixo do sol. Eis aqui as lágrimas dos oprimidos e não há ninguém para consolá-los". (Eclesiastes 3, 16 e 4, 1)

Há um profundo respeito e admiração pelas vidas dessas pessoas que sofrem e morrem. Homens, mulheres, crianças, jovens, idosos com uma força que é de fazer inveja a toda humanidade. Humanidade forjada no calor das batalhas, ou que nasceram em meios a tantos conflitos e que aprenderam  a viver confiando em Deus, e se adaptando as mais duras realidades de vida. Uma humanidade que não desisti. Mas, que lamentavelmente estar sendo massacradas. Covardemente sendo aniquilada. É hora de mudar de foco. É hora de correntes de oração, de profunda mudança de vida. Deus estar voltando, e antes disso, precisa de homens e mulheres, unidos a tantos outros em uma corrente de solidariedade pelo bem. 

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