Aleppo (RV) – São mais de 200 os civis mortos em uma semana de
bombardeios em Aleppo, Síria, enquanto na manhã desta sexta-feira foi atingida
uma estrutura de saúde no bairro controlado pelos rebeldes, provocando apenas
feridos, após outro hospital ter sido destruído há dois dias. Outras vítimas,
ao menos oito, foram provocadas por um ataque atribuído por fontes
jornalísticas governativas aos rebeldes. Rússia e Estados Unidos teriam, no
entanto, chegado a um acordo para um “regime de silêncio”, a partir de 30 de
abril, ou seja, um cessar-fogo de 72 horas para alguns bairros de Damasco,
Latakia e possivelmente Aleppo, cidade onde – denuncia a ONU – a situação
humanitária é catastrófica. A Rádio Vaticano entrevistou o Núncio Apostólico na
Síria, Dom Mario Zenari:
“Eu diria que durante esses cinco
anos, infelizmente, a comunidade internacional não conseguiu deter esta
violência. No início desta guerra assistimos a tantas discordâncias no seio,
por exemplo, do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É preciso observar que
se procurou também ter uma certa humanidade, sobretudo em relação às ajudas
humanitárias, porém não é ainda suficiente. Estamos diante desta catástrofe
humanitária e, realmente, a comunidade internacional, a começar pelas Nações
Unidas, pelo Conselho de Segurança, pelos vários organismos, acredito que
deverá multiplicar os esforços e as intervenções. Porém, a distribuição das
ajudas humanitárias não pode prosseguir, se não cessar a violência. Também
neste caso, houve um começo com um certo otimismo em 27 de fevereiro passado,
houve um certo ar de esperança também em Aleppo: as crianças começaram a
aparecer nas ruas, não caíam bombas... Porém depois, com o que aconteceu nestas
últimas semanas, sobretudo em Aleppo, é difícil dizer que a trégua seja ainda
eficiente e mesmo que exista. Várias violações da trégua aconteceram aqui e ali
em toda a Síria, mas o que está acontecendo nestes últimos dias em Aleppo é
realmente impressionante, impressionante! Estou em contato com os bispos de
Aleppo, com alguns sacerdotes e todos me dizem que são os dias mais tristes que
viram até agora em Aleppo, os mais dolorosos desde quando iniciou esta guerra
há cinco anos. O que se viu nestes últimos dias, os bombardeios com mísseis,
mortos, feridos, hospitais cheios, sangue por tudo... Realmente é
impressionante”.
RV: Nas últimas horas houve os
ataques contra este hospital. O Secretário Geral da ONU afirmou que em Aleppo,
de maneira geral, existe uma violação injustificável dos direitos humanos....
“É importante observar que, infelizmente,
não é somente o hospital que foi atingido. Existem dezenas de hospitais
destruídos ou semidestruídos durante estes cinco anos e, além dos hospitais,
gostaria de recordar também as escolas. Se assiste a um ignorar completo do
direito humanitário internacional e tudo na mais absoluta impunidade,
infelizmente. Esta guerra ultrapassou todos os limites, todas as convenções
humanitárias. Gostaria de recordar todos estes hospitais, estas escolas, as
tantas infraestruturas destruídas e esta impunidade, que faz sim com que estes
crimes continuem. Eu gostaria de ser a voz de todos estes prantos, de todos
estes gritos que são ouvidos e vistos, sobretudo gostaria de transmitir a voz
destas crianças inocentes, que são os mais atingidos por estas atrocidades e
que gritam a cada dia porque perderam os pais, porque perderam os
irmãozinhos...Então, eu diria, que este grito das crianças inocentes, este
sofrimento, devem ser ouvidos por todos!”. (JE/FS)
http://br.radiovaticana.va/news/2016/04/29/n%C3%BAncio_na_s%C3%ADria_o_grito_destas_crian%C3%A7as_dever_ser_ouvido/1226493
Nota do moderador sobre a materia em exposição
Julio Cesar Carneiro disse:
"Não julgueis que vim trazer a paz à
terra. Vim trazer não a paz, mas a espada". (São Mateus 10, 34)
Deus não é o autor da morte, e nem fica alegre com
a destruição de seus filhos. Cristo é a contradição para esse mundo que não
deseja viver a verdade, se não a morte. Triste fim para a nossa humanidade, a
humanidade estar doente. Há no ar um odor forte de morte. Tudo cheira a carne
em podridão. O mal tem avanços significativos porque encontra em nossa
humanidade, no nosso EU, uma porta aberta para suas ações. Quando não existem
Santos, pessoas dispostas a ser Sal e Luz para esse mundo, tudo se torna livre
e sem obstáculo para o demônio. A barreira para impedir esse mal, é a nossa
decisão de sermos Santos. Um mundo Santo, o demônio perderá suas forças. Um
mundo que busque o verdadeiro amor, a morte não entra e nem tem a ultima
palavra.
"Conheço as tuas obras: não és nem frio
nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem
quente, vou vomitar-te". (Apocalipse 3, 15-16)
Ao olhar para esses irmãos, advindo de muitas
partes, sinto vergonha em meu proceder. Sinto que não estou sendo ainda verdadeiramente
Santo por eles. Muitos morrer por causa de sua fé, por seres estrangeiros, por
terem apenas o direito de viver em paz. Enquanto, ainda continuo a dormir em
berço esplendido, vivendo a minha medíocre religiosidade, sem contudo busca a
viver-la de forma plena como Cristo a viveu, e assim, ajudando os meus
irmãos a passar por tudo isso. Será que
estamos sendo Cristãos de verdade? Será que realmente lutamos pelos direitos
certos? Então, como ajudar esses nossos irmãos que sofrem? – Respondo: Oração,
Jejum, solidariedade de vida e material(ajuda financeira), saber viver essa
vida, sem murmurar, amar e perdoar as pessoas, oferta de vida pelos mais pobres
e doentes, os encarcerados, os marginalizados. A morte desses irmãos, não podem
passar em vão.
"A injustiça ocupa o lugar do direito, e
a iniqüidade ocupa o lugar da justiça. Pus-me então a
considerar todas as opressões que se exercem debaixo do sol. Eis aqui as
lágrimas dos oprimidos e não há ninguém para consolá-los". (Eclesiastes 3,
16 e 4, 1)
Há um profundo respeito e admiração pelas vidas
dessas pessoas que sofrem e morrem. Homens, mulheres, crianças, jovens, idosos
com uma força que é de fazer inveja a toda humanidade. Humanidade forjada no
calor das batalhas, ou que nasceram em meios a tantos conflitos e que
aprenderam a viver confiando em Deus, e
se adaptando as mais duras realidades de vida. Uma humanidade que não desisti.
Mas, que lamentavelmente estar sendo massacradas. Covardemente sendo
aniquilada. É hora de mudar de foco. É hora de correntes de oração, de profunda
mudança de vida. Deus estar voltando, e antes disso, precisa de homens e
mulheres, unidos a tantos outros em uma corrente de solidariedade pelo bem.
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