Cidade
do Vaticano (RV) - A um coração duro, que decide se abrir com ‘docilidade’ a
seu Espírito, Deus dá sempre a graça e a ‘dignidade’ de se erguer, se
necessário, até com a humilhação. Foi a afirmação feita pelo Papa na homilia da
missa da manhã desta sexta-feira, (15/04), celebrada na Casa Santa Marta,
comentando o trecho bíblico da conversão de São Paulo.
Zelar
pelas coisas sagradas não significa ter um coração aberto a Deus. O Papa citou
o exemplo de um homem firme na fidelidade aos princípios de sua fé, Paulo de
Tarso, mas com o ‘coração fechado’, totalmente surdo a Cristo, que concordava
em exterminar seus seguidores a ponto de autorizar a acorrentar aqueles que
viviam em Damasco.
A humilhação que toca o coração
Tudo
se reverte justamente no caminho que o leva a esta meta; e a de Paulo se torna
a “história de um homem que deixa que Deus mude o coração”. Paulo é envolvido
por uma luz potente, sente uma voz que o chama, cai e fica momentaneamente
cego. “Saulo o forte, o seguro, estava no chão”, comentou Francisco. Naquela
condição, sublinhou, “compreende a sua verdade: não era um homem como Deus
queria, porque Deus criou todos nós para estarmos em pé, com a cabeça erguida”.
Mas a voz do céu não diz apenas “Por que me segues?”, mas o convida a se
levantar:
“Levanta-te
e te será dito, deves ainda aprender”. E quando começou a se erguer, não
conseguia e percebeu que estava cego: naquele momento havia perdido a visão. ‘E
se deixou guiar’: o coração começou a se abrir. Assim, levando-o pela mão, os
homens que estavam com ele o conduziram a Damasco, aonde por três dias não pôde
ver, não comeu e nem bebeu. Este homem estava no chão, mas logo entendeu que
deveria aceitar esta humilhação. A humilhação é o caminho para abrir o coração.
Quando o Senhor nos envia humilhações ou permite que elas venham, é justamente
para isso: para que o coração se abra, seja dócil, se converta ao Senhor Jesus.
Espírito Santo protagonista
O
coração de Paulo se derrete. O que muda, naqueles dias de solidão e cegueira, é
a sua vista interior. Depois, Deus lhe envia Ananias, que lhe impõe as mãos e
também os olhos de Saulo voltam a enxergar. Mas há um aspecto desta dinâmica,
afirmou o Papa, que deve ser ressaltado:
“Recordamos
que o protagonista destas histórias não são nem os doutores da lei, nem
Estêvão, nem Filipe, nem o eunuco, nem Saulo… É o Espírito Santo. O
protagonista da Igreja é o Espírito Santo que conduz o povo de Deus. E,
imediatamente, caíram dos olhos de Saulo algo como que escamas e ele recuperou
a vista. Levantou-se e foi batizado. A dureza do coração de Paulo – Saulo,
Paulo – se transforma em docilidade ao Espírito Santo”.
A dignidade de se reerguer
“É
belo – concluiu Francisco – ver como Senhor é capaz de mudar os corações” e
fazer que “um coração duro, teimoso, se torne um coração dócil ao Espírito”.
“Todos
nós temos durezas no coração, todos nós. Se alguém de vocês não têm, levante a
mão, por favor. Peçamos ao Senhor que nos mostre que estas durezas nos jogam no
chão. Que nos envie a graça e também – se necessário – as humilhações, para não
ficarmos no chão, mas levantarmo-nos, com a dignidade com a qual Deus nos
criou, ou seja, com a graça de um coração aberto e dócil ao Espírito Santo”.
http://papa.cancaonova.com/papa-explica-por-que-deus-permite-humilhacoes/
Nota do moderador sobre a materia em exposição
Julio Cesar Carneiro disse:
O homem sem Deus, é um ser mutilado, sem esperança, cego. O
homem precisa de Deus para que a beleza de sua humanidade possa ser
resplandecente aos olhos de outros homens. Homens e mulheres ordenados no amor
e para o amor, são seres humanos mais felizes, e realizados, plenos.
Agora, quando o homem procura desviar da verdade, achando que
ele se basta, e que não precisa de Deus e nem de outra pessoa, esse tapado será
um forte candidato a sofrer muito. Quando não temos a Deus como Senhor de
nossas vidas, a nossa natureza sofrer as consequências desse dano: Não amamos
de verdade; não sabemos partilhar com os mais necessitados, seremos pessoas
ilhadas em nossa vida, azedas, infantilizadas.
O mundo estar dessa forma, porque acreditamos que podemos
construir as coisas de nossa forma. Mas, como estar o nosso coração? O mundo é
a forma de minha humanidade. Se, a minha humanidade estar ordenada no amor,
tudo em minha volta, se encontra em uma beleza sem igual, mesmo que as coisas
sejam diferentes. agora, quando não estou ordenado na verdade, e no amor, o meu
universo é um caos. Todos sofrem com isso.
Todo sofrimento que passamos, é Deus nos mostrando o que
estamos fazendo de nossa humanidade sem ELE. Projetos sem Deus, é um projeto
seco. Os nossos projetos se não tiveram uma definição para o amor, serão coisas
que passarão. Quando o meu projeto visa ao bem de todos, então, o nosso projeto
tem beleza, tem vida. Agora, quando os nosso projetos tem a sua finalidade de
destruição, de isolamento, de exclusão, todos perdem.
Quando Deus permitir a humilhação chegar a nossa humanidade,
ELE deseja que vemos duas coisas: 1 – Sem Deus, a nossa vida, não tem vida, não
tem beleza, e nem verdade. 2- Deus permite as humilhações para que possamos ver
no outro o que lhe falta, para que a nossa humanidade complete isso. Ou, se o
outro não ama, possa nós amar de verdade. O que o outro não tem, possamos
aprender a ter, para depois dá. Possamos conhecer, para depois ensinar. Isso,
tudo isso, é para homens e mulheres que querem realmente ser diferente, e não
para pessoas medrosas. As circunstancias são desenhadas para homens e mulheres
de verdade, e não para adultos infantilizados. Nada que nos acontece, por pior
que seja, é algo solto, sem vida, sem sentido. Tudo tem sentido. Nada fica
solto, vagando em pedaços. Tudo pode ser transformado por amor. Tudo nos faz
crescer de verdade, e nos molda a homens e mulheres de verdade
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