Estamos num momento muito importante para nosso país, por isso
precisamos nos lembrar de que, por volta de 1930, o então Cardeal do Rio de
Janeiro, Dom Sebastião Leme, e também o Presidente da República do Brasil, na
época, consagraram o país a Nossa Senhora Aparecida.
É importante lembrarmos que “o que ligarmos na terra será ligado também
no céu”, então, que Nossa Senhora faça, neste tempo, o melhor para o Brasil!
Nosso país é a terra de Santa Cruz.
Os portugueses eram muito religiosos, por isso mandaram 17 sacerdotes na
expedição que descobriu essas terras. Este país nasceu sob o signo da cruz.
Terra da cruz, terra de Cristo, terra de Deus. Que cada brasileiro consagre o
Brasil a Nossa Senhora Aparecida.
Consolados
para levar consolação
A Palavra para esta
pregação é: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação. Ele nos
consola em todas as nossas aflições, para que, com a consolação que nós mesmos
recebemos de Deus, possamos consolar os que se acham em toda e qualquer
aflição.Pois, à medida que os sofrimentos de Cristo crescem para nós, cresce também a
nossa consolação por Cristo. Se passamos por aflições, é para vossa consolação e salvação; se somos
consolados, é para vossa consolação. E essa consolação sustenta vossa
constância em meio aos mesmos sofrimentos que nós também padecemos” (II
Cor 1,3-6).
Deus nos consola para que consolemos os outros. Essa é a palavra
profética para o dia de hoje.
A consolação é para nossa santificação! Até Jesus, em Sua via crucis,
quis ser consolado. Nossa Senhora veio ao encontro d’Ele, que passou por todo
sofrimento possível, tanto no corpo quanto na alma. Mas por quê? Porque Ele
iria tirar todo pecado da humanidade, por isso sofreu no corpo e na alma.
Não sabemos o que Maria e Jesus conversaram, mas sabemos que eles
trocaram olhares. Era como se Jesus dissesse a ela: “Minha Mãe, vamos comigo!
Vamos salvar a humanidade, vamos até o fim!”.
Temos
também a Virgem das Dores para nos consolar
Ninguém sofreu como a Virgem Maria. Foi-lhe dito que uma espada
transpassaria sua alma. Acho que essa espada ficou na cabeça dela a vida
inteira…
Quando Jesus nasceu, quando estava com 40 dias de vida, José e Maria
tiveram de atravessar o deserto com Ele, um ambiente inóspito. Quando Ele se
perde no templo, podemos imaginar a angústia que sua Mãe sentiu! Imagine a Mãe
perder Aquele que era o Filho de Deus! “Estávamos aflitos à Sua procura”, disse
Maria ao Menino. Por essa aflição que experimentou, Nossa Senhora, agora, é
capaz de nos consolar também em nossas dores.
Que dor ela sente quando encontra seu Filho no Calvário! Quando ela O vê
morrendo de dor, pregado no madeiro! Os santos dizem que se não fosse uma graça
especial, ela teria morrido de desgosto.
João usa a expressão “de pé diante da cruz”, querendo significar que ela
sabia o porquê de tudo aquilo. Maria oferece suas dores em favor da humanidade,
ela oferece a Deus sua dor em nosso favor.
As
dores da Mãe da Consolação
A outra dor de maria foi receber o corpo de Jesus, todo destruído! Imagine
uma mãe ver seu filho morto e esfacelado. Sua última dor foi sepultar seu Filho
às pressas, enterrá-Lo às pressas, pois nenhum corpo poderia ficar na cruz. No
domingo, de madrugada, as mulheres foram à sepultura. Para quê? Para terminar o
que não deu tempo de fazer no dia anterior, que não poderia se fazer na
sexta-feira.
Não há dor que você possa passar nessa vida que Nossa Senhora já não
tenha passado! Jesus é o Homem das dores; Maria, a mulher das dores. Jesus
desatou o nó da desobediência de Adão; Maria desatou o nó da desobediência de
Eva.
Para consolar os outros, nós precisamos ser consolados. Por que existe
sofrimento? A única instituição que explica o sofrimento de forma coerente é a
Igreja. Toda lágrima que existe no mundo é consequência do pecado. Não só o meu
pecado, mas o de toda a humanidade.
A misericórdia supre a justiça,
mas não a apaga
A
nossa salvação custou a morte de Deus. Ele, como verbo eterno, não poderia
morrer; então, assumiu a natureza humana para que pudesse sofrer e morrer.
A
misericórdia supre a justiça divina, mas não a apaga. Deus é misericordioso,
mas é justo.
Imagine
alguém que deve um dinheiro a você: existe uma consequência nisso. Mas você
diz: “Não precisa me pagar!”. A justiça diz que essa pessoa precisa lhe pagar,
mas você decide assume o prejuízo. Jesus disse: “Eu assumo, eu morrerei no
lugar deles”. O Senhor pagou o preço do nosso perdão.
Deus
nos consola para consolarmos os outros. Jesus foi consolado por Sua Mãe, foi
consolado também pelo cirineu. O Senhor passou por uma noite terrível de
tortura, depois foi flagelado. Ele suava sangue de tanta agonia! Foi jogado num
calabouço. Ele não tinha mais força. E o que Deus diz sobre isso: “Você será
consolado por um cirineu”.
Jesus
foi consolado pelas mulheres, por Maria de Cléofas. E Ele as consolou. Jesus,
mesmo sofrendo, consola os outros. É Deus dizendo que, quando tiramos o olhar
da nossa angústia, esquecemos um pouco da nossa dor e assim ela fica
suportável.
O
bem, a santidade faz um mundo melhor
Ouvi
o testemunho de uma moça que tinha uma depressão profunda. Ela disse a si
mesma: “Vou fazer caridade”. Ela Ia a um asilo e dava banho nos velhinhos. Essa
moça se curou e disse: “Nunca mais paro de fazer caridade”.
Conheci
um garotinho que, um dia, caiu e se machucou, mas ninguém ligou para ele.
Então, começou a dizer: “Aí que dó de mim!”. Nós adultos fazemos assim também:
“Aí que dó de mim!”. Essa é a receita para você duplicar seu sofrimento e
entrar numa depressão.
Por
que o sofrimento entrou no mundo? Deus nos criou para a imortalidade, mas, por
inveja, o demônio fez o ser humano pecar e introduziu a morte no mundo.
A
pior coisa que existe no mundo é o pecado, porque ele gera tristeza. A
santidade, ao contrário, gera alegria, diz Santo Agostinho.
Jesus
está conosco sempre
Jesus
não veio para fazer milagres, nem para fazer isso ou aquilo, Ele veio para
tirar o pecado do mundo. A Igreja é a continuação de Cristo, e ela existe para
tirar o pecado do mundo.
A
consolação vem a nós também quando vivemos a santidade. Deus colocou os
sacramentos, colocou a Virgem Maria para nos consolar, mas a busca da santidade
também nos conduz à consolação.
Jesus
disse que estaria conosco todos os dias, em nossas doenças e nossos
sofrimentos. Ele se identifica com a pessoa que sofre, Ele está na pessoa do
sofredor.
Madre
Tereza, certa vez, encontrou um sujeito na rua e o levou embora, para cuidar
dele. Um dia, ele lhe perguntou: “Por que a senhora está cuidando de mim? Eu
estou vendo a cruz na parede, vejo sinais de Jesus em todo lugar, mas eu sou
indu, eu não acredito no Cristo”. Ela disse: “Eu cuido de você, porque Jesus
está em você”.
Porque
Jesus está no sacrário? Para que possamos chegar perto d’Ele. Se Ele estivesse
só na Sua glória, seria difícil chegarmos até Ele. Então, Ele se esconde no
sacrário, porque, se aparecesse no esplendor da Sua glória, teríamos medo
d’Ele.
Deus
tira um bem até mesmo do mal
Entendamos
que o Senhor permitiu que pecássemos, porque somos livres. Deus nos fez livres
para fazermos o bem ou o mal. E quando fazemos o mal, o Senhor o transforma em
matéria-prima de salvação. Ele pega nosso sofrimento e faz dele matéria-prima
de salvação. Por isso, Jesus usa o sofrimento para salvar a humanidade, e nós
podemos ofertar nossos sofrimentos pela salvação da humanidade.
O sofrimento também é para nossa santificação. Na carta aos Hebreus,
vemos por que Deus permite que passemos por tribulações. “já
esquecestes as palavras de encorajamento que vos foram dirigidas como a filhos:
“Meu filho, não desprezes a correção do Senhor, não te desanimes quando ele te
repreende; pois o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como
filho”. É para a vossa correção que sofreis; é como filhos que Deus vos trata.
Pois qual é o filho a quem o pai não corrige? Pelo contrário, se ficais fora da
correção aplicada a todos, então não sois filhos, mas bastardos” (Hb 12, 5-8. O Senhor criou o mundo e
estabeleceu leis. Se alguém pular de um prédio de 10 andares, vai sofrer a lei
da gravidade, mas se Deus tirar a lei da gravidade, acabará o mundo.
Deus
não é paternalista, Deus é pai. Ele castiga todo aquele que se reconhece como
filho. Uma doença, às vezes, que você sofre; sua empresa que quebra… Tudo isso
não nos é permitido por Deus por maldade, mas para nos tirar do inferno.
“Estais sofrendo para vossa correção”.
Se
Deus não nos corrigisse, não nos teria como filhos, mas por bastardos. Não
tenhamos medo da correção nem do sofrimento, porque este arranca de nós as
raízes do pecado, do apego à fama, à glória e à gula.
Como
sofrer menos?
Qual
é o jeito de sofrer menos? Pecando menos. Qual o filho que tem mais castigo? É
o filho desobediente. Aquele filho bom, quase não é castigado. Mas Jesus foi
obediente e sofreu tanto! Foi para expiar as nossas desobediências.
O
justo vive pela fé. Temos de lutar contra o sofrimento, mas, quando o vivemos,
temos de dar glória a Deus por ele. Não pelo sofrimento em si, mas pelo bem que
sabemos que Deus vai tirar dele.
Não
é fácil viver isso! Para mim, que estou pregando isso, também não é fácil. Eu
sei disso! Mas peçamos a Deus a graça de chegarmos à santidade.
Amém!
Transcrição
e adaptação: Sandro Arquejada
http://eventos.cancaonova.com/pregacoes/consolados-possamos-consolar-os-que-se-acham-em-aflicao/
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