Os doutores da lei julgam os outros usando a Palavra de Deus contra a Palavra de Deus, fecham o coração à profecia, a eles não importam as pessoas, mas somente os esquemas feitos de leis e palavras. Essa foi a reflexão central do Papa Francisco na Missa desta segunda-feira, 11, na Casa Santa Marta.
A homilia teve como foco a primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos, em que os doutores da lei acusam Estêvão com calúnias porque não conseguem “resistir à sabedoria e ao Espírito” com que ele falava. Instigam falsos testemunhos para dizer que o ouviram “pronunciar blasfêmias contra Moisés, contra Deus”.
“O coração fechado à verdade de Deus fica preso somente à verdade da lei, ou melhor, mais do que pela lei, pela letra, e não encontra outra saída a não ser a mentira, o falso testemunho e a morte”, explicou o Papa. Jesus já os havia repreendido por esta atitude, porque seus pais tinham matado os profetas, e eles, agora, construíam monumentos a esses profetas.
A resposta dos “doutores da letra”, segundo o Papa, é mais cínica do que hipócrita. “Se nós estivéssemos na situação dos nossos pais, não teríamos feito o mesmo”. E assim – explicou Francisco, se lavam as mãos e se julgam puros diante de si mesmos. Mas o coração está fechado à Palavra de Deus, está fechado à verdade, está fechado ao mensageiro de Deus que traz a profecia para levar avante o povo de Deus.
“Faz-me mal quando leio aquele pequeno trecho do Evangelho de Mateus, quando Judas arrependido vai aos sacerdotes e diz ‘pequei’ e quer dar … e dá as moedas. ‘Que nos importa! – dizem eles – o problema é seu!” Um coração fechado diante deste pobre homem arrependido que não sabia o que fazer. ‘O problema é seu’ e foi se enforcar. E o que eles fazem quando Judas vai se enforcar? Falam e dizem ‘mas, pobre homem? Eh, sim…’ Não! As moedas, rápido! Essas moedas são a preço de sangue, não podem entrar no templo …’ e a regra é esta, esta e esta… Os doutores da letra”.
Francisco explicou que aos “doutores da letra” não importa a vida de uma pessoa, no caso, não importava o arrependimento de Judas, mas somente o seu esquema de leis e muitas palavras e coisas que construíram. “Esta é a dureza de seu coração. Esta é a dureza do coração, da tolice do coração dessa gente que, como não podia resistir à verdade de Estêvão, vai procurar testemunhos, testemunhas falsas para julgá-lo.”
Estêvão, afirmou o Papa, termina como todos os profetas, termina como Jesus. Isso se repete na história da Igreja. “A história nos fala de muita gente que foi morta e julgada não obstante fosse inocente. Julgada com a Palavra de Deus, contra a Palavra de Deus. Pensemos na caça às bruxas ou em Santa Joana D’Arc, em muitos outros que foram queimados e condenados porque não se ajustaram, segundo os juízes, à Palavra de Deus. É o modelo de Jesus que, por ter sido fiel e obedecido à Palavra do Pai, termina na cruz. Com muita ternura Jesus diz aos discípulos de Emaús: ‘Ó tolos e tardos de coração’! Peçamos hoje ao Senhor para que com a sua ternura olhe as pequenas e grandes tolices de nosso coração, nos acaricie e nos diga ‘Ó tolos e tardos de coração’ e comece a nos explicar as coisas.”
http://papa.cancaonova.com/papa-doutores-da-lei-estao-fechados-a-profecia-e-a-vida/
Nota do moderador sobre a materia em exposição
Julio Cesar Carneiro disse:
Os doutores da lei julgam os outros usando a Palavra de Deus
contra a Palavra de Deus, fecham o coração à profecia, a eles não importam as
pessoas, mas somente os esquemas feitos de leis e palavras. Essa foi a reflexão
central do Papa Francisco na Missa desta segunda-feira, 11, na Casa Santa Marta.
Há sempre
uma adaptação seca, e quase sem saída que fazemos com a palavra de Deus quando
vamos repreender os irmãos. Ou, permitimos que a religião seja algo tão
estreito que, quando o outro não faz parte, não aceita, não de adapta a ela,
deve ser logo excluído. Ou, fazemos de Deus a nossa imagem e semelhança.
Por mais que
a Palavra de Deus nos chame a uma vida nova, precisamos ter calma para com o
outro. Existe uma historia pessoal com relação ao outro, que não é, e nem pode
ser igual a nossa. O outro, nunca vai se convencer apenas com as nossas
palavras. Mas, que as nossas palavras seja o espelho de nossas ações. Mas, uma
ação ordenada, equilibrada e cheia de amor. Deus veio e morreu por todos. Ou,
Deus não tem clubinho fechado, os escolhidos, e os excluídos. Deus é Pai de
todos, e ama a todos.
Será um erro
absurdo, monopolizar a Deus. Ou, um Deus meu, que eu entendo, ou que Deus me
obedeça, e que faço o que quero quando quero, e por ai, vai todo desequilíbrio,
infantilidade pessoal nossa. Não. Deus não é assim, e nunca será. Se, Deus que
estar em mim, não me mudar completamente, de forma a olhar om o olhar Dele,
sentir como ELE sente, amar, como ELE ama, então, estarei fazendo aquilo que
acredito, e não Deus fazendo em mim.
Deus é amor,
e tenho que amar como Deus ama. Vamos sempre falar sobre o pecado, mais, vamos
acolher o pecador com as suas feridas. Existe uma historia na qual, teremos que
acolher, e entender, perdoar, e reconstruir na liberdade do outro. Mas, NUNCA
vamos dizer que apesar de uma historia traumatizante, errar, seja algo certo,
livre. Não. O pecado nos destrói, e nos fecha a uma ideia demoníaca de
eliminação do outro, porque ele é diferente do que nós. A diferença do outro, é
riqueza para a nossa humanidade. Se, a diferença do outro pode nos colocar em
outra situação em que, a nossa humanidade curada, recuperada em Deus possa ser
espelho para o outro. Ou, quando o outro nos olhar, diga assim: “ Ele tem algo de diferente. O que ele tem
que eu não tenho. Eu quero o que ele tem”.
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