domingo, 21 de fevereiro de 2016

NA FILA DA ADOÇÃO


Há três dias na Unidade de Reinserção Social Familiar Ana Carolina, em Ramos, na Zona Norte do Rio, a recém-nascida abandonada no Hospital de Acari, após diagnóstico de microcefalia, dorme tranquila no berçário. Contrariando relatos sobre bebês com essa condição neurológica, as cuidadoras afirmam que ela quase não chora. E também não tem dificuldade de sucção para mamar.

Como chegou ao abrigo já com 42 dias, a menina não teve atendimento de reabilitação, que inclui estimulação dos movimentos, da visão e da audição, no primeiro mês de vida, considerado o período mais importante em casos de microcefalia.

Na última quinta-feira, dois dias depois de chegar à unidade de acolhimento, a menina começou a ter acompanhamento neurológico, fazer fisioterapia e fono, segundo a direção do abrigo.

— Ela é tranquila, só chora quando está com fome. Se a gente coloca no bebê-conforto, ela fica lá — disse a cuidadora Marcia Regina Costa.

A recém-nascida ficará na unidade, que no momento acolhe 17 crianças entre 0 e 4 anos, enquanto aguarda uma família interessada em adotá-la. Uma das preocupações de integrantes da prefeitura é com a possível dificuldade para a adoção da criança, devido a suas necessidades especiais.

A diretora do abrigo, Aline Oliveira, no entanto, minimiza essa preocupação:

— Nunca tivemos caso de criança que tenha feito 7 anos e não tenha sido adotada, mesmo sendo portadora de HIV ou tendo Síndrome de Down ou problema auditivo. Esse é o primeiro caso de microcefalia que temos. Como é algo novo, não sei como será. As pessoas estão muito assustadas.

Ainda de acordo com ela, em média, metade das crianças da unidade costumam ser reinseridas na própria família, não necessariamente com a mãe. Ficam em muitos casos com avós ou tios.

A mãe do bebê abandonado no Hospital de Acari tem 22 anos e é usuária de drogas. Ela não sabe se teve zika durante a gestação e não fez pré-natal.

Uma audiência sobre o caso foi marcada para a próxima semana na 2ª Vara da Infância e Juventude. A mulher já avisou a integrantes da prefeitura que reafirmará, na ocasião, o que já declarou no hospital, que não quer ficar com a filha.

Segundo pessoas que acompanham o caso, ela disse que não sabia que estava grávida e sua principal preocupação é esconder da família que teve uma criança.
— Independente da microcefalia, a história do abandono é muito forte, então ela (a criança) precisa de muito colo, de muita atenção — disse a diretora do abrigo.

A menina nasceu no dia 5 de janeiro. Ela ficou sob cuidados médicos e teve alta no dia 12 de fevereiro. Os médicos não identificaram nenhuma outra malformação além da microcefalia.

Preocupado com a perspectiva de abandono de outros bebês com essa condição, o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Adilson Pires, marcou uma reunião, na próxima quinta-feira, com os juízes das varas de Infância e Juventude e a Secretaria municipal de Saúde para discutir o assunto.

No início do mês, três bebês com microcefalia chegaram a ser abandonados em Madureira, mas, segundo funcionários da prefeitura, a juíza Monica Labuto, da 3ª Vara da Infância e Juventude, convenceu as mães a aceitarem seus bebês de volta.

Nota do moderador sobre a materia em exposição 


Julio Cesar Carneiro disse:

Seja com problemas ou não, essa é uma realidade que sempre estará em nosso meio. Digo que: Nenhuma dessas crianças ABANDONADAS pelas suas genitoras poderá ficar sem amparo. Somos provocados a nos sensibilizar e ajudar a todas as crianças. Uma frente do amor verdadeiro é dá a vida por outra pessoa. Muito mais por essas crianças, que lhes foram negados o amor.

Essas crianças estão desamparadas por suas famílias. Mas, não por Deus. Deus estar no controle de todas as coisas. Por mais que vejamos sempre desgraças em nosso meio, aos olhos de Deus ELE ver vitória sobre a morte. Porque nos fracassos dos justos, dos Santos e inocentes, é o amor que sempre vence e vencerá. Diante das aceitações contraditória e absurdas da vida, é o amor que vence, porque não precisa de revide, de vinganças, o amor aceita tudo, e acolhe tudo, transformando todos os absurdos em algo bom.

Cada alma caída das guerras, fome, misérias, e assassinatos, todas elas estão agora nas mãos de Deus. São vida que nós mesmo as vezes ajudamos a ceifar, quando nos calamos diante dos absurdos, e omitimos a ajuda necessária. As almas inocentes que morrem, estão nesse momento em completa alegria no céu, com Aquele que as criou. Se, Deus permitiu que elas pudessem passar pelo vale de lagrimas, foi para nos mostrar que tipo de humanos nós somos, quando estamos de braços cruzados e seguindo fanáticos que queira de todas as formas, eliminar vidas inocentes. Preferem mais MATAR do que criar redes de solidariedade para essas diversas vitimas desse sistema injusto, e corrupto.

Podemos e devemos ajudar essas crianças. Adotar no sentido estrito da palavra, não significa necessariamente formar uma família. Mas, eu posso adotar com solidariedade, sendo voluntários nesses meios de atendimento, ou na busca de pais que desejam amar essas crianças. Ou, mantendo financeiramente elas. Ou, criando redes de abastecimento financeiro. Todas as frentes de ajuda, sempre serão bem-vindas. O que não podemos, é ficar de braços cruzados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário