Cientistas britânicos
identificaram um gene que pode ser utilizado para prever o quanto um jovem
usuário de maconha é suscetível a desenvolver psicose. De acordo com o estudo,
realizado por pesquisadores da Universidade de Exeter e do University College London
(UCL), cerca de 1% dos usuários de maconha desenvolvem esse tipo de alteração
mental. "Essa pesquisa pode ajudar a encontrar o caminho para a prevenção
e para o tratamento da psicose da cannabis",
afirmou Celia Morgan, professora de psicofarmacologia da Universidade de Exeter
e autora do estudo.
A
pesquisa, publicada na última edição da revista científica Translational Psychiatry, da Nature,
observou pessoas saudáveis e examinou como a droga afeta suas mentes. Uma
pesquisa havia determinado uma ligação entre o gene AKT1 e pessoas que já
haviam desenvolvido psicose. No novo estudo, Celia Morgan e Val Curran, do UCL,
descobriram que jovens com uma variação no gene AKT1 experimentam distorções
visuais, paranoia e outros sintomas psicóticos de forma mais acentuada quando
estão sob influência da maconha. "Essa descoberta é a primeira a
demonstrar que pessoas com variação no genótipo AKT1 têm muito mais
probabilidade de experimentar efeitos fortes ao fumar maconha, mesmo que elas
sejam saudáveis antes disso", disse Célia.
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Resposta psicótica - A análise envolveu 442 jovens (entre 16 e 23
anos) usuários de maconha que foram testados tanto sóbrios como sob a
influência da droga. Os cientistas mediram a extensão dos sintomas de
intoxicação e o efeito na perda de memória. Os dados foram comparados com os
resultados obtidos sete dias depois, quando os jovens estavam livres do efeito
da droga. Eles constataram então que os que tinham a variação no genótipo AKT1
tinham mais probabilidade de experimentar a resposta psicótica. Segundo os
cientistas, embora apenas 1% dos usuários desenvolva psicose, o impacto nas
vidas dos jovens pode ser devastador e de longa duração.
O estudo
também mostra que as mulheres que fumam maconha podem ser potencialmente mais
suscetíveis que os homens à perda de memória de curto prazo provocada pela
droga. "Estudos em animais mostraram que os machos possuem maior número
dos receptores onde a maconha funciona em partes do cérebro importantes para a
memória de curto prazo, como o córtex pré-frontal. Precisamos de mais pesquisas
nessa área, mas nossos resultados indicam que os homens podem ser menos
sensíveis que as mulheres aos efeitos prejudiciais da maconha sobre a
memória", disse Morgan.
Val Curran
afirma que o estudo é o maior já conduzido sobre a resposta aguda à maconha.
"Nossa descoberta de que sintomas psicóticos quando um jovem está sob
efeito da droga são previstos por variantes do gene AKT1 é um avanço
emocionante. Acredita-se que essa reação aguda seja um marcador do risco de
desenvolvimento de psicose a partir do uso da droga", declarou.
(Com Estadão Conteúdo)
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/gene-pode-prever-risco-de-psicose-entre-jovens-usuarios-de-maconha
Nota do moderador sobre a materia em exposição
Julio Cesar Carneiro disse:
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